A recente decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) trouxe mudanças significativas para os trabalhadores vinculados ao regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) no Brasil. Uma revisão importante na fórmula de cálculo de rendimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) foi aprovada, garantindo que o lucro seja sempre pelo menos igual à inflação corrente no país.
Historicamente, o rendimento do FGTS era calculado com base na Taxa Referencial (TR) adicionada de 3% ao ano. Esta configuração, no entanto, deixava a desejar em períodos de alta inflação, conduzindo a perdas de poder aquisitivo para os trabalhadores. A partir de agora, essa metodologia terá um novo componente que reflete melhor a economia atual.
O que muda na formulação do rendimento FGTS?

Com a adição do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no cálculo, sempre que a soma da TR mais 3% anuais não alcançar o índice inflacionário, o FGTS será corrigido pelo IPCA. Esta alteração assegura que o patrimônio do trabalhador seja devidamente atualizado conforme o aumento geral de preços, evitando desvalorizações.
Por que a TR se tornou insuficiente?
A Taxa Referencial, criada nos anos 90, tinha como função original corrigir as economias dos brasileiros através do saldo do FGTS e da poupança. No entanto, com a instabilidade econômica, este índice deixou de refletir adequadamente as variações da inflação, como argumentado pelo partido Solidariedade na proposta de revisão feita ao STF.
Essa defasagem no índice pode resultar em uma clara diminuição do poder de compra, especialmente prejudicial para aqueles que planejam grandes investimentos a longo prazo, como a compra de imóveis. A inclusão do IPCA como medida reguladora da inflação visa justamente corrigir essa situação, favorecendo o planejamento financeiro dos cidadãos.
Impactos da nova medida para os trabalhadores
Esta atualização é uma vitória para os trabalhadores. Ao garantir que o rendimento do FGTS seja atrelado ao IPCA, os trabalhadores têm a segurança de que seus recursos não perderão valor ao longo do tempo, mesmo em cenários de alta inflação. Além disso, a medida amplia a capacidade de compra daqueles que visam utilizar o fundo para a aquisição da casa própria, harmonizando o acesso ao direito de propriedade e fomentando o crescimento econômico.
Além de favorecer o trabalhador, a decisão alinha-se também aos compromissos internacionais do Brasil, como os da Agenda 2030 da ONU, que incluem metas como trabalho decente, crescimento econômico e redução das desigualdades. Em um panorama geral, a decisão do STF representa uma adaptação necessária à realidade econômica vigente, promovendo justiça e eficiência no uso dos fundos de garantia.