A prática conhecida como chemsex, que combina o uso de drogas psicoativas durante encontros sexuais, tem ganhado destaque, principalmente na comunidade LGBTQIA+. Esse comportamento, que mistura substâncias como metanfetamina, ketamina, cocaína, MDMA e GHB, oferece uma experiência de prazer intensificado, porém, carrega consigo riscos consideráveis à saúde física e mental dos praticantes.
Lucas Raniel, comunicólogo e ex-praticante de chemsex, hoje utiliza sua voz para alertar sobre os perigos dessa prática. Após viver experiências traumáticas e ser diagnosticado com HIV, Raniel se dedica a campanhas de prevenção de ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis) e disseminação de informação sobre o chemsex em suas plataformas de redes sociais.

Como o chemsex vem sendo praticado hoje em dia?
O chemsex é especialmente prevalente entre homens que fazem sexo com homens (HSH) e transgêneros, ocorrendo frequentemente em festas privadas ou motéis em grandes centros urbanos. A prática é facilitada pelo uso de aplicativos de relacionamento, onde símbolos como diamantes e foguetes são utilizados para indicar preferências por substâncias específicas.
Qual é a real influência das substâncias no chemsex?
Essas substâncias psicoativas e desinibidoras são procuradas por prolongarem e intensificarem o prazer sexual. Além disso, drogas como o Viagra e os poppers são comuns nesse cenário, pelo seu efeito de prolongar a ereção e relaxar a musculatura, respectivamente. Combinadas, essas drogas criam uma experiência de liberação de inibições e realização de fantasias sexuais que, para alguns, parece irresistível.
Riscos e precauções associados ao chemsex
Apesar dos apelos do chemsex, os riscos envolvidos são significativos. O uso contínuo dessas substâncias pode levar ao vício, transtornos mentais como depressão e ansiedade, e até risco de overdose. Problemas de saúde como o aumento de infecções sexualmente transmissíveis também são frequentemente relatados em ambientes onde o chemsex é praticado.
Para mitigar esses riscos, Raniel sugere medidas preventivas como a testagem regular para ISTs e o uso de profilaxia pré-exposição (PrEP), especialmente no contexto das infecções pelo vírus HIV. Ele também enfatiza a importância das redes de apoio e tratamento psicológico para aqueles que desejam se afastar das práticas de chemsex.
Em um nível mais amplo, é crucial uma discussão aberta e sem preconceitos sobre as realidades do chemsex, para que a prevenção e o tratamento possam ser efetivamente ajustados e oferecidos a quem deles necessite sem estigma ou julgamento. Conforme relata Raniel, encorajar um diálogo aberto é essencial para reduzir os danos e promover práticas sexuais mais seguras entre os praticantes de chemsex.
- Importância da conscientização sobre os riscos do chemsex.
- Necessidade de implementação de estratégias de prevenção.
- Disponibilidade de recursos de tratamento adequado e apoio emocional.