A indústria automotiva brasileira está prestes a enfrentar um aumento significativo nos impostos de importação para veículos elétricos e híbridos. A partir do primeiro dia de junho de 2024, as alíquotas sofrerão consideráveis acréscimos, mudança que tem gerado grande debate entre as entidades e fabricantes envolvidos.
Este reajuste fiscal vem em um momento de tensão entre a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) e a ABVE (Associação Brasileira do Veículo Elétrico). Enquanto a Anfavea defende um aumento imediato para 35%, a ABVE contesta essa necessidade, apoiando-se na ideia de que as elevações já programadas são suficientes e introduzem a previsibilidade necessária para o mercado.
Haval H6 PHEV19, da GWM: preço pouco acima de R$ 200 mil incomoda as montadoras tradicionais
Foto: GWM/Divulgação
Qual o futuro dos carros elétricos com o aumento dos impostos?
O presidente da ABVE, Ricardo Bastos, argumenta que os novos ajustes fiscais, que vão elevar as alíquotas para até 25% dependendo do tipo de veículo, já são um grande desafio para o setor. A ABVE acredita que esses incrementos farão com que as vendas de veículos elétricos e híbridos sofram uma queda natural devido ao encarecimento associado aos novos impostos.
Impacto das medidas sobre as montadoras
Especialmente afetadas por essa mudança, as montadoras chinesas, como a BYD e a GWM, representam o principal focoverageo de preocupação da Anfavea, que enxerga uma ameaça crescente à competitividade de marcas já estabelecidas no Brasil. Esse cenário tem gerado descontentamento tanto para fabricantes quanto para consumidores, que poderão ver um encarecimento significativo no preço final dos veículos.
Perspectivas econômicas e comerciais
No âmbito internacional, a situação também é delicada. Ricardo Bastos destacou a importância de manter uma relação comercial estável com a China, ressaltando a recepção favorável que o vice-presidente Geraldo Alckmin recebeu em sua recente visita a Pequim. As decisões de hoje podem repercutir na dinâmica comercial entre Brasil e China, podendo influenciar não apenas o setor automotivo, mas também outras indústrias dependentes de importações.
Diante desses desafios, observadores do mercado e economistas estão atentos aos possíveis impactos desses aumentos no desempenho geral da economia brasileira. Com os ajustes programados para entrar em vigor em junho, o aspecto competitivo do Brasil no crescente mercado de veículos elétricos será certamente testado.
- Aumento de impostos: Os carros elétricos terão suas alíquotas aumentadas de 10% para 18%, enquanto os híbridos plug-in e os híbridos comuns sofrerão aumentos para 24% e 25%, respectivamente.
- Repercussão internacional: As decisões tomadas pelo governo brasileiro e sua repercussão nas relações comerciais com a China.
- Impacto nas vendas: Projeções indicam uma possível queda nas vendas de carros elétricos e híbridos devido ao aumento dos custos finais ao consumidor.
As próximas semanas serão cruciais para determinar como fabricantes, consumidores e entidades regulatórias irão se adaptar a esse novo cenário tarifário no Brasil.