A ataxia de Friedreich é uma doença progressiva e debilitante, que afeta principalmente o sistema nervoso e outros órgãos vitais. Em média, cerca de 15 anos após o início dos sintomas, os pacientes acabam necessitando de uma cadeira de rodas por perderem a capacidade de caminhar de forma independente. Este dado alarmante é ressaltado por Marcondes França Junior, professor da Unicamp e especialista em doenças neuromusculares.
Esta condição genética é causada por uma mutação no gene FXN, responsável pela produção da proteína frataxina. A frataxina é crucial para o funcionamento da mitocôndria, a “usina” de energia das nossas células. Sem a quantidade adequada dessa proteína, os tecidos sofrem para gerar a energia necessária, especialmente aqueles com alta demanda energética, como neurônios e músculos cardíacos.
O que é Ataxia de Friedreich?

A ataxia de Friedreich é uma doença neurodegenerativa rara, que surge devido a uma falha na produção de energia celular. O gene FXN, que deveria codificar a frataxina, sofre uma mutação, levando a uma deficiência na função mitocondrial. Como resultado, órgãos e tecidos com alto consumo energético são os mais afetados.
Quais são os Principais Sintomas da Ataxia de Friedreich?
Embora a ataxia de Friedreich seja primariamente uma doença neurológica, suas manifestações vão além do sistema nervoso central. Os sintomas mais comuns incluem:
- Fadiga extrema
- Fala arrastada
- Perda auditiva
- Problemas na visão
- Dores musculares e articulares
Além desses sintomas, são comuns alterações cardíacas, como a miocardiopatia hipertrófica, que é a principal causa de morte entre os pacientes. Outros problemas frequentes incluem escoliose e diabetes mellitus.
Como é Feito o Diagnóstico da Ataxia de Friedreich?
O diagnóstico dessa doença começa geralmente com a observação dos sintomas e é confirmado através de testes genéticos específicos. Outros exames complementares podem ser realizados para avaliar melhor a condição do paciente, incluindo:
- Eletromiografia
- Eletrocardiograma
- Ecocardiograma
- Exames de sangue
- Ressonância magnética
Os médicos também utilizam escalas de classificação para medir a função neurológica e a gravidade dos sintomas.
Quais são os Desafios no Tratamento da Ataxia de Friedreich?
Apesar dos avanços na medicina, a ataxia de Friedreich ainda apresenta diversos desafios no tratamento. Não existe uma cura definitiva, e o foco principal está em manejar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. As estratégias incluem:
- Terapias físicas e ocupacionais
- Tratamento farmacológico para sintomas específicos
- Monitoramento e tratamento de condições cardíacas
Além disso, a pesquisa contínua é essencial para explorar novos tratamentos e, possivelmente, encontrar uma cura no futuro.
O Que Esperar no Futuro da Ataxia de Friedreich?
Os estudos sobre a ataxia de Friedreich estão em constante evolução. Pesquisas atuais exploram novas abordagens terapêuticas que visam corrigir a deficiência de frataxina e melhorar a função mitocondrial. O desenvolvimento de protocolos de tratamento mais eficazes pode oferecer uma melhor perspectiva para os pacientes no futuro.
Em resumo, a ataxia de Friedreich é uma doença complexa e ainda sem cura, mas os esforços contínuos na pesquisa e no tratamento oferecem esperança para uma qualidade de vida melhor para os pacientes. Precisamos continuar apoiando a inovação e a descoberta científica para transformar essas esperanças em realidade.