No coração da América Latina e do Caribe, um chamado crescente por justiça ecoa entre os povos afrodescendentes. Impulsionados pelo legado da Declaração e do Programa de Ação de Durban, que foram estabelecidos há mais de duas décadas, esses povos buscam o reconhecimento e a efetivação de seus direitos fundamentais, incluindo acesso à terra e o fim das práticas discriminatórias.
Recentemente, em um encontro significativo realizado na Colômbia, representantes dessas comunidades destacaram a necessidade urgente de medidas práticas para assegurar a posse de terra e a proteção territorial. Este encontro resultou em propostas robustas que não apenas reivindicam direitos, mas também preconizam estratégias para uma participação mais influente em debates globais, como a próxima COP-30 em Belém.

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Qual a importância da Declaração de Durban para os afrodescendentes?
A Declaração de Durban, surgida em 2001, na África do Sul, destacou-se como um marco no reconhecimento das injustiças históricas e discriminações enfrentadas pelos povos afrodescendentes. Através desta, foram sugeridas políticas direcionadas para o combate ao racismo, à xenofobia e a outras formas correlatas de intolerância.
Reivindicações Atuais dos Povos Afrodescendentes
Rejane Costa, coordenadora nacional da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (Conaq), enfatiza a importância do recente documento emitido. “Estamos exigindo de governos e outros órgãos a implementação de ações efetivas contra o racismo, a xenofobia e outras discriminações, que ainda persistem”, declara. Este documento visa a consolidação de uma plataforma de ações que garantam não apenas direitos básicos, mas também a sustentabilidade econômica e segurança para essas comunidades.
Próximos Passos na Luta contra a Discriminação
Além da garantia de direitos territoriais e de políticas contra a discriminação racial, a carta propõe uma série de iniciativas inclusivas. Entre estas, figuram a maior inclusão em convenções internacionais, participação mais ativa em processos decisórios e iniciativas para assegurar territórios livres de violência.
Este movimento catalisador não só abre a porta para avanços significativos em termos de justiça e igualdade, mas também fortalece as comunidades afrodescendentes na América Latina e no Caribe para enfrentar outros grandes desafios globais, como as mudanças climáticas. Com propostas como a formação de organizações equivalentes à Coordenadoria das Organizações Indígenas da Bacia Amazônica, os povos afrodescendentes estão se estruturando para serem participantes chave no futuro sustentável do planeta.
Na batalha contra injustiças históricas e pelo direito à terra e igualdade, os povos afrodescendentes continuam a escrever uma história de resistência e perseverança que reverbera por todo o mundo, buscando não só reconhecimento, mas a real efetivação de direitos longamente negligenciados.