Muitos brasileiros não têm consciência da quantidade de dinheiro “esquecido” em contas bancárias de instituições financeiras. O Banco Central (BC) informou que há mais de R$ 8,7 bilhões disponíveis para resgate por parte de indivíduos e empresas no Brasil. Esses valores, que não foram suficientemente movimentados, podem resultar em um retorno financeiro significativo aos seus proprietários, caso sejam devidamente reclamados.
O Sistema de Valores a Receber (SVR) estima que cerca de R$ 6,7 bilhões pertençam a 44,5 milhões de pessoas físicas. Além disso, quase R$ 1,97 bilhão está disponível para 3,87 milhões de pessoas jurídicas. Com um projeto aprovado pela Câmara dos Deputados, essas quantias podem ser transferidas para os cofres públicos se não forem resgatadas dentro do prazo legal, alterando a dinâmica de recuperação desses recursos financeiros.
Quais são as proporções dos valores esquecidos?
Analisando a distribuição dos valores esquecidos, percebe-se que a maioria está em pequenas quantias. Aproximadamente 64,88% dos beneficiários têm valores abaixo de R$ 10. Entre R$ 10,01 e R$ 100, os beneficiários somam cerca de 23,68%. Valores entre R$ 100,01 e R$ 1.000 representam 9,68%, enquanto quantias acima de R$ 1.000,01 pertencem a cerca de 1,75% dos beneficiários.
Através deste levantamento, entende-se que, embora muitos possam considerar as quantias iniciais como insignificantes, somadas elas representam um valor expressivo. Além disso, possibilita que as pessoas revisem suas finanças pessoais para possíveis recuperações inesperadas.
Como e onde estão os valores esquecidos?
As instituições financeiras que detêm a maior parte dos valores esquecidos são os bancos, apresentando mais de R$ 5 bilhões em fundos não reclamados. Seguindo esta lista, localizam-se os administradores de consórcio, conservando aproximadamente R$ 2 bilhões. Cooperativas, instituições de pagamento, financeiras, corretoras e outras oferecem pequenos montantes no quadro geral.
Os dados revelam que enquanto os bancos respondem por uma parte significativa, cooperativas e corretoras também são responsáveis por valores consideráveis esquecidos que ainda aguardam resgate por seus devidos proprietários.
Como consultar valores a receber?
O processo de consulta e resgate de valores esquecidos pode ser realizado em alguns passos simples, que exigem atenção para efetuar com sucesso a recuperação financeira:
- Acesse o site Valores a Receber na data apropriada informada pela primeira consulta, garantindo que esta esteja dentro do prazo estipulado.
- Entre no sistema com sua conta Gov.br (nível prata ou ouro). Caso ainda não tenha, será necessário criar ou atualizar a segurança de sua conta.
- Aceite o termo de responsabilidade apresentado no sistema.
- Cheque o valor disponível, a instituição que devolverá o valor e a origem do mesmo. Informações adicionais poderão ser fornecidas, se aplicável.
- Escolha o método para solicitar o valor: diretamente pelo sistema (devolução via Pix) ou entrando em contato com a instituição (via TED ou DOC).
Esses passos simplificados facilitam o processo de recuperação dos recursos não movimentados, garantindo que os detentores possam reintegrá-los às suas finanças. Ao seguir as instruções e prazos corretamente, os beneficiários podem otimizar seus recursos esquecidos e, potencialmente, melhorar sua saúde financeira.