Num movimento estratégico para revitalizar o mercado imobiliário, o governo está considerando um plano inovador: utilizar o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) como um impulsionador na venda de carteiras de crédito imobiliário. Essa ação visa facilitar o processo de securitização no mercado secundário, uma peça fundamental em um conjunto de políticas voltadas para o aumento do financiamento habitacional. Uma proposta em debate é criar novas formas para que a Caixa Econômica Federal atenda clientes de classe média alta, permitindo que estes financiem imóveis de maior valor utilizando recursos do FGTS como entrada. Com um volume considerável de recursos disponíveis, a Caixa demonstra a capacidade de oferecer condições de juros favoráveis, mesmo em um cenário econômico com Selic elevada. Continue a leitura e saiba mais.
Qual é o Limite do Sistema Financeiro da Habitação?
Pelo chamado Sistema Financeiro da Habitação (SFH), os tomadores podem usar o FGTS para reduzir o montante a ser financiado em imóveis. No entanto, existem algumas restrições: o valor do financiamento não pode ultrapassar R$ 1,5 milhão e os juros máximos ficam restritos a 12% ao ano. Aqui, a Caixa se posiciona com vantagem, segundo o vice-presidente de Finanças e Controladoria do banco, Marcos Brasiliano Rosa.
Como a Caixa Pode Atender a Classe Média Alta?
Para atender à demanda de clientes de classe média alta, que buscam imóveis mais caros, a Caixa busca ampliar o orçamento destinado à habitação pelo FGTS. Isso permitiria acomodar mais famílias em programas como o Pró-Cotista, liberando assim espaço em linhas financiadas pela poupança para atender um público com maior poder aquisitivo. A estratégia é oferecer taxas de juros dentro dos limites do SFH, mas ainda atrativas para investidores, especialmente no mercado secundário.
O Desafio da Barreira Orçamentária
Apesar do potencial de atender um público mais amplo, a Caixa enfrenta uma barreira orçamentária. Com o crescimento lento ou queda na poupança, a prioridade tem sido maximizar o número de financiamentos realizados com o orçamento disponível. A ideia é financiar um maior número de imóveis de valores menores ao invés de concentrar recursos em imóveis de maior valor apenas. A expansão do orçamento do FGTS para habitação seria essencial para continuar essa abordagem.
- Utilizar o FGTS como modo de entrada em financiamentos
- Ampliar orçamento do FGTS para habitação
- Atingir maior público sem aumentar juros significativamente
Desde o início de 2024, a Caixa tem negociado com o governo para maximizar o uso dos recursos do FGTS. No último ano, a execução quase integral do orçamento disponível mostrou a viabilidade dessa proposta, tornando-a uma perspectiva promissora para o próximo ciclo.
Este cenário coloca a Caixa em uma posição chave para consolidar um mercado de crédito mais acessível, não apenas para classes econômicas mais baixas, mas também expandindo seus serviços para clientes que desejam investir em imóveis de maior valor.
