Recentemente, uma pesquisa realizada pela Ipsos revelou um dado interessante: cerca de 69% dos brasileiros apoiam a taxação maior sobre as grandes fortunas. Esse número coloca o Brasil muito próximo da média do G20, que é de 68%.
Diante deste cenário, a perspectiva de uma política fiscal mais abrangente e justa parece ganhar força, especialmente sob a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que defende essas medidas não apenas a nível nacional, mas também globalmente.
Ao abordar esta temática, é essencial entender o contexto do G20. Este grupo inclui as 19 maiores economias do mundo junto com a União Europeia e a União Africana.
O levantamento conduzido pela Ipsos contou com a participação de 22.000 pessoas de 22 países. Tal amostra incluiu 18 países membros do G20 e quatro nações que não fazem parte dele. Proporcionando, dessa forma, uma visão ampla sobre a opinião pública global a respeito da tributação de grandes fortunas.
Por Que a Taxação de Super-Ricos é Vista como Essencial?

A taxação das grandes fortunas é defendida por muitos como uma estratégia eficaz para reduzir as desigualdades sociais e financiar políticas públicas, principalmente aquelas voltadas para a sustentabilidade e o bem-estar social.
A pesquisa da Ipsos mostrou que os países com maior taxa de apoio incluem a Indonésia (86%), Turquia (78%) e Reino Unido (77%).
Como o Brasil se Posiciona Neste Debate Global?
O debate sobre a necessidade de maior tributação sobre os super-ricos não é novo, mas ganha cada vez mais relevância no contexto atual do Brasil.
A posição brasileira é fortalecida pelos dados que indicam que a nação possui a sétima maior taxa de apoio entre os países pesquisados.
Além disso, dentro do espectro empresarial, a aprovação para aumentar os impostos para grandes empresas é igualmente alta no Brasil, chegando também a 69%.
Os Desafios do Consenso Internacional
Apesar do apoio popular, existem desafios significativos para a implementação de uma taxação global das grandes fortunas.
Países com maiores fortunas e influência econômica tendem a resistir a tais mudanças, preferindo políticas fiscais mais conservadoras.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou essa questão, mencionando a dificuldade de implementar essa taxação apenas em escala nacional devido ao risco de uma “guerra fiscal” entre nações.
Para superar esses obstáculos, o Brasil busca, portanto, o apoio internacional, visando uma solução coordenada que previna desequilíbrios e promova um sistema fiscal mais equitativo globalmente.
Esse contexto levou até mesmo a uma reunião entre Haddad e o papa Francisco, buscando endossos que fortaleçam a posição brasileira nas negociações internacionais.
Conclusões da Pesquisa e Próximos Passos
Por fim, a busca por justiça fiscal e a redução das disparidades econômicas são claras nas conclusões da pesquisa Ipsos.
Com a crescente conscientização sobre as questões socioambientais e a desigualdade, o apoio público à taxação de grandes fortunas e empresas parece ser, portanto, um caminho sem volta.
Neste cenário, as próximas etapas envolvem negociações e alianças internacionais que poderão definir o futuro fiscal do Brasil e de outros países em desenvolvimento dentro do espectro global.