O relatório recém-divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública traz dados perturbadores sobre a situação de violência sexual contra crianças e adolescentes femininas no Brasil.
As estatísticas de 2022 revelam uma realidade sombria, com altos índices de agressão sexual, principalmente entre as mais novas.
De acordo com o estudo, quase um terço (30,4%) das violências registradas contra meninas de até 9 anos são de natureza sexual. Esta porcentagem sobe para quase metade (49,6%) na faixa etária de 10 a 14 anos.
Esses números colocam em evidência a gravidade e a especificidade dos riscos enfrentados pelas meninas brasileiras durante a infância e a pré-adolescência.
Qual é a Extensão do Problema da Violência Sexual Contra Meninas no Brasil?

O Atlas da Violência sinaliza que à medida que as meninas crescem, os índices de violência sexual tendem a diminuir, mas ainda permanecem preocupantes.
Adolescentes entre 15 e 19 anos ainda enfrentam taxas elevadas de agressão sexual, representando 21,7% dos casos.
Embora menos frequentes, essas ocorrências continuam sendo um sério desafio social.
Dados Preocupantes Sobre Negligência e Outras Formas de Violência
A negligência aparece como a forma mais prevalente de violência na década inicial de vida, com 37,9% dos casos.
Este tipo de violência destaca a falha em prover cuidados essenciais que garantem o desenvolvimento saudável e seguro das meninas.
Na próxima faixa etária, de 10 a 14 anos, há uma transição perturbadora para a prevalência de violência sexual.
Quem São os Principais Algozes Dessas Violências?
Os dados apontam uma realidade assombrosa: os principais perpetradores desses crimes são figuras familiares – pais e padrastos. Este aspecto aumenta a complexidade do problema, visto que o perigo reside muitas vezes dentro da própria casa da vítima, um lugar que deveria representar segurança e proteção.
- Negligência e abandono seguem como desafios até o final da adolescência, mostrando a necessidade de políticas públicas que ofereçam suporte para assegurar os direitos básicos dessas jovens.
- Violência física torna-se mais comum a partir dos 15 anos, destacando diferentes riscos que acompanham o crescimento.
É crucial que esforços sejam intensificados para combater todas as formas de violência contra meninas e mulheres no Brasil. Além de promover a conscientização, é essencial fortalecer os sistemas de justiça e de apoio social para proteger as vítimas e responsabilizar os agressores.