Recentemente, uma manobra significativa foi anunciada no universo bancário brasileiro, envolvendo grandes nomes do setor. O Bradesco confirmou que irá incorporar a gestão de fortunas da Tivio Capital, uma joint venture estabelecida com o Banco BV. Este movimento estratégico visa ampliar as operações na área de gestão de recursos, elevando o nível de serviços oferecidos aos clientes mais exclusivos.
A Tivio Capital, que até então administrava cerca de R$ 20 bilhões em gestão de fortunas, verá essa função ser absorvida pelo Bradesco. A operação já começou a tomar forma nesta semana, com o Bradesco convidando os clientes da Tivio para essa nova fase. Este processo inclui uma detalhada estratégia de migração, semelhante à adotada anteriormente na aquisição da carteira de private banking do J.P. Morgan.

— Foto: Luis Ushirobira/Valor
Qual a origem e a trajetória da Tivio Capital?
A Tivio surgiu como uma reformulação da BV Asset, uma empresa fundada pelo Banco Votorantim em 1999. No ano passado, o Bradesco adquiriu 51% desta operação e reestruturou o negócio junto ao BV, criando a Tivio Capital. A empresa, liderada por Christian Egan, ex-Itaú, começou com cerca de R$ 42 bilhões de ativos sob gestão, uma quantia que atualmente gira em torno de R$ 30 bilhões, excluindo a gestão de fortunas que está sendo transferida.
Como será o futuro da Tivio Capital sem a gestão de fortunas?
Com a reestruturação, a Tivio seguirá focada na gestão de recursos, uma área que ainda maneja consideráveis volumes financeiros e apresenta robusto potencial de crescimento. O Bradesco possui uma opção de compra da participação restante do BV na joint venture, prevista para 2026, o que poderia resultar em ainda mais integração das operações no futuro.
Repercussões no mercado financeiro
A notícia da intensificação das operações de gestão de fortunas pelo Bradesco através da Tivio Capital provocou discussões no setor financeiro. Analistas apontam que essa jogada pode fortalecer a posição do Bradesco no segmento de alta renda, oferecendo serviços mais especializados e personalizados para um grupo seleto de clientes. Ainda, especula-se sobre os movimentos futuros dos concorrentes e como eles podem responder a essa estratégia agressiva do Bradesco.
Em um mercado competitivo como o da gestão de ativos e fortunas, iniciativas como esta são vistas como essenciais para a manutenção e expansão da influência dos grandes bancos no setor financeiro. Com esta ação, o Bradesco parece estar se posicionando de maneira bastante estratégica para os próximos anos, especialmente considerando possíveis aquisições e fusões.

