Milhões de brasileiros, especialmente idosos e pessoas com deficiência, dependem do Benefício de Prestação Continuada (BPC) para garantir sua subsistência. No entanto, em março de 2025, o governo federal intensificou a fiscalização e, devido à falta de atualização no Cadastro Único (CadÚnico), muitos beneficiários estão enfrentando bloqueios nos pagamentos. A principal causa para essa suspensão é a desatualização dos dados, com prazo estabelecido para quem não revisou suas informações nos últimos quatro anos. Caso o beneficiário não regularize sua situação, o benefício pode ser perdido. O BPC, no valor de R$ 1.518 mensais, destina-se a quem comprova uma renda familiar per capita inferior a um quarto do salário mínimo, mas problemas no cadastro podem deixar muitos sem esse valor essencial.
Por que o BPC é bloqueado?
O principal motivo para o bloqueio do BPC é a falta de atualização no Cadastro Único, que deve ser feito a cada dois anos ou sempre que houver mudanças na composição familiar, como alterações de renda ou endereço. Auditorias realizadas pelo INSS também verificam inconsistências cadastrais, como informações desatualizadas ou divergentes entre o INSS e outros sistemas governamentais. Além disso, se a renda familiar ultrapassar o limite de um quarto do salário mínimo por pessoa, o benefício pode ser suspenso. Em 2024, cerca de 10% dos bloqueios foram causados por esse critério, especialmente em famílias que não informaram as mudanças.
Passos para identificar o problema e regularizar o BPC
Caso você desconfie que seu benefício foi bloqueado, o primeiro passo é consultar a situação do BPC. Para isso, o aplicativo Meu INSS, disponível para Android e iOS, é uma opção rápida e prática. Também é possível acessar o site oficial do INSS ou ligar para a Central 135, que funciona de segunda a sábado, das 7h às 22h. Se necessário, você pode visitar o Centro de Referência de Assistência Social (Cras) ou uma agência da Previdência Social para esclarecer dúvidas e iniciar o processo de regularização.
Como desbloquear o BPC
Para desbloquear o benefício, a primeira ação é atualizar o Cadastro Único no Cras. Para isso, você precisa apresentar documentos como RG, CPF, comprovante de residência e, caso aplicável, carteira de trabalho. Após a atualização, o INSS processa o pedido e, em geral, libera os valores retidos em até 30 dias.
Em casos mais graves, onde o bloqueio ultrapasse 90 dias, o benefício pode ser cancelado. Para reativá-lo, será necessário fazer uma solicitação formal. Representantes legais, como tutores ou familiares, podem atuar em nome do beneficiário, especialmente se ele for idoso ou tiver dificuldades de locomoção.
Importância do Cadastro Único para o BPC
O Cadastro Único é fundamental para o acesso ao BPC e outros benefícios sociais. Para garantir que o benefício continue sendo pago sem interrupções, o cadastro precisa ser atualizado a cada dois anos ou sempre que ocorrerem mudanças na família. Em março de 2025, aproximadamente 500 mil beneficiários do BPC estavam com seus dados desatualizados e corriam o risco de ter o benefício bloqueado.
A regularização do cadastro pode ser feita de maneira simples no Cras, onde os atendentes ajustam as informações no sistema. Esse processo, dependendo da demanda local, pode ser concluído em até uma hora. A liberação dos pagamentos, após a regularização, pode ocorrer em até um mês.
Dicas para evitar transtornos e manter o BPC ativo
Evitar problemas com o bloqueio do BPC é simples, mas exige alguns cuidados. Veja algumas ações que você pode tomar para garantir que o benefício seja mantido sem interrupções:
- Atualize seu Cadastro Único a cada dois anos, mesmo que não haja mudanças na composição familiar.
- Verifique mensalmente a situação do benefício pelo Meu INSS.
- Informe imediatamente ao Cras qualquer alteração no endereço ou na renda familiar.
- Fique atento às notificações enviadas pelo INSS ou pela Caixa Econômica Federal.
Essas atitudes podem ajudar a evitar transtornos e garantir que o benefício continue a ser pago regularmente. Dados do governo indicam que, em 2024, beneficiários proativos conseguiram evitar cerca de 70% dos bloqueios potenciais, mostrando que a prevenção é a melhor estratégia.
