Recentemente, o Banco do Brasil e outras instituições financeiras decidiram suspender a oferta de crédito consignado do INSS através de correspondentes bancários. Essa decisão foi impulsionada pela busca de viabilidade econômica e está em linha com a resolução 4935/2021 do Conselho Monetário Nacional. A medida levanta discussões sobre o funcionamento e a sustentabilidade desse canal de crédito no contexto atual.
Outros grandes bancos como Itaú, Santander e Banrisul seguiram o mesmo caminho. Esse movimento coletivo sugere que há desafios estruturais no modelo atual de concessão de crédito consignado, especialmente no que diz respeito à compatibilidade entre o custo de captação e os limites de juros estabelecidos. A decisão das instituições financeiras de revisar suas políticas de contratação reflete uma tentativa de ajustar suas operações a essa realidade econômica.
Por que os Bancos Estão Suspendendo o Crédito Consignado?

O principal fator para a suspensão do crédito consignado via correspondentes bancários é o descompasso entre os custos de captação e o limite de juros imposto. O teto de juros, que atualmente está em 1,66% ao mês, foi criticado por ser inviável economicamente para os bancos. Essa situação tem pressionado as instituições financeiras a reconsiderar suas estratégias na concessão deste tipo de crédito, buscando maneiras de minimizar riscos financeiros.
Além disso, a postura do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) ao definir o teto de juros tem sido alvo de debate. A manutenção de taxas inalteradas, apesar do aumento dos juros futuros, coloca em xeque a sustentabilidade do crédito consignado. Essa situação incita uma discussão mais ampla sobre o papel do CNPS e sua influência na determinação de políticas que afetam a economia dos aposentados e pensionistas.
O Papel do Conselho Nacional de Previdência Social
O CNPS desempenha um papel fundamental na definição das políticas que regulam o crédito consignado para aposentados e pensionistas. No entanto, as suas decisões têm sido contestadas, como visto na iniciativa da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) de questionar sua competência no Supremo Tribunal Federal. A ABBC argumenta que o teto de juros atual não reflete as condições econômicas do mercado, o que, em última análise, pode restringir o acesso ao crédito para aqueles que mais precisam.
De acordo com o Ministério da Previdência, liderado por Carlos Lupi, as decisões do CNPS são essenciais para proteger os interesses dos aposentados e pensionistas. O Ministério enfatiza que o sistema financeiro é uma parte ativa das discussões, embora haja divergências sobre a viabilidade das taxas de juros estabelecidas.
Quais são as Implicações para o Futuro do Crédito Consignado?
A suspensão do crédito consignado nos canais de correspondentes bancários traz à tona a necessidade de um debate mais profundo sobre as políticas de juros e a sustentabilidade do modelo atual. A posição das organizações financeiras em revisar suas ofertas pode indicar uma tendência para a recalibração do setor, que poderá resultar em mudanças nos produtos disponíveis para consumidores que dependem desse tipo de crédito.
Por outro lado, a situação destaca a importância de uma abordagem equilibrada que proteja tanto os interesses dos consumidores quanto a viabilidade das operações financeiras. Será crucial observar como as negociações entre o Ministério da Previdência e as instituições bancárias vão evoluir, e se uma revisão do teto de juros será considerada no futuro próximo.
O Que Esperar dos Próximos Passos?
As discussões sobre o crédito consignado estão longe de terminarem. O cenário atual exige uma abordagem colaborativa entre os setores financeiro e de previdência para encontrar soluções viáveis e sustentáveis. Se o CNPS e o Ministério da Previdência decidirem revisar o teto de juros, é possível que haja um retorno à normalidade na oferta desse crédito. No entanto, até que uma solução seja alcançada, os consumidores podem enfrentar desafios no acesso a essa modalidade de crédito, especialmente pelos canais tradicionais.
Veja também: R$1.440 PARA TODOS