Em uma decisão transformadora, a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) recentemente incentivou as principais operadoras de telecomunicações no Brasil a ampliar o suporte para a rede 5G, marcando um passo significativo para o futuro da conectividade no país. Paralelamente, a agência também abriu uma consulta pública que pode redefinir os padrões para a homologação de dispositivos móveis, visando acabar com a venda de aparelhos que suportam apenas as redes 2G e 3G.
Esta estratégica manobra, liderada pela Conexis Brasil Digital e iniciada em setembro de 2023, não visa apenas modernizar o mercado de telefonia móvel brasileiro, mas também otimizar a utilização do espectro radioelétrico. Com a limitação de venda apenas para dispositivos compatíveis com 4G e 5G, espera-se que haja uma melhora considerável na qualidade das conexões móveis e na eficiência das operações telecomunicativas no país.

Fim de uma era! Anatel planeja acabar com os dispositivos com 2G e 3G.
(Foto: Anatel / GOV)
O que significa o fim do 2G e do 3G para o Brasil?
O término da comercialização de dispositivos que operam apenas em redes 2G e 3G pode representar um marco na obsolescência tecnológica dessas tecnologias. Estes equipamentos são, hoje, percebidos como ineficazes no uso eficiente do espectro e, com o avanço das demandas digitais e a implementação do 5G, já não conseguem atender satisfatoriamente às necessidades atuais do mercado.
Quais são os impactos dessa transição para empresas e consumidores?
Embora essa transição seja vista como benéfica para a maioria, algumas entidades ainda dependem das redes 2G e 3G, como a Associação Brasileira de Empresas de Cartões de Crédito e Serviço (ABECS) e a CPFL Energia, que utilizam essas redes para terminais de pagamento e telemetria de energia, respectivamente. A adaptação a essa nova realidade necessitará de investimentos e ajustes estratégicos por parte dessas empresas. No lado dos consumidores, a expectativa é a de que a experiência de uso da telefonia móvel seja consideravelmente melhorada, com maior velocidade e estabilidade de conexão.
Participação pública na moldagem do futuro das telecomunicações
Para garantir que essa transição seja realizada da maneira mais inclusiva possível, a Anatel definiu um período de consulta pública de 70 dias, permitindo que todos os setores da sociedade possam contribuir com opiniões e sugestões. Esse processo democrático é crucial para a adaptação das normativas de forma que beneficiem tanto a população quanto o setor comercial.
Com a revisão desses critérios, a Anatel não apenas alinha o Brasil com tendências globais de inovação em telecomunicações, como também enfatiza a necessidade de modernização infraestrutural contínua. Espera-se que essa iniciativa conduza a melhorias substantivas de serviço para os usuários finais e promova uma maior eficiência operacional para as empresas, junto com a redução de custos operacionais e de manutenção dessas redes.