A abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 será nesta sexta-feira (25), às 14h30. Em meio a 48 modalidades, um esporte notável por sua ausência é o automobilismo. Muitos se perguntam por que a Fórmula 1 e outras competições de esportes a motor são proibidas nos Jogos Olímpicos. A explicação está na Carta Olímpica e na filosofia do evento, que prioriza a competição entre atletas, e não entre máquinas.
As origens dessa polêmica remontam a 2012, quando a Federação Internacional de Automobilismo (FIA) foi reconhecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) como uma federação esportiva. No entanto, a relação tensa entre as duas entidades impediu a inclusão do automobilismo nas Olimpíadas subsequentes, como Londres (2012), Rio de Janeiro (2016), Tóquio (2020), realizada em 2021 devido à pandemia, e Paris (2024).
Por Que Automobilismo É Proibido nas Olimpíadas?

De acordo com o site olympics.com, a Carta Olímpica estabelece que “esportes, disciplinas ou eventos em que o desempenho depende essencialmente de propulsão mecânica não são aceitáveis”. Em resumo, a ideia é que a Olimpíada deve ser uma competição entre os melhores atletas do mundo, e não entre os melhores equipamentos.
Essa definição foi reforçada em 2012, quando Jacques Rogge, então presidente do COI, afirmou que, apesar do respeito pelas corridas de carro, elas não deveriam ser parte do programa olímpico justamente porque o torneio deve focar na performance humana. Além disso, Rogge destacou possíveis problemas de logística que o automobilismo poderia trazer para a já complexa organização dos Jogos.
Quais São os Requisitos da Carta Olímpica?
A Regra 52 da Carta Olímpica estabelece critérios rigorosos para a inclusão de novos esportes no programa dos Jogos Olímpicos. Um desses requisitos é que a modalidade precise ser amplamente praticada. Esportes masculinos devem ser disputados em pelo menos 75 países de quatro continentes diferentes, enquanto esportes femininos precisam ser praticados em pelo menos 40 países de três continentes.
A FIA, atualmente, possui 242 membros de clubes de automobilismo em 147 países, mas essa abrangência ainda não atende ao critério estabelecido pelo COI. Desse modo, mesmo com a popularidade global da Fórmula 1, o automobilismo não se qualifica para inclusão, pelo menos no formato atual da Carta Olímpica.
Vai Ter Automobilismo na Olimpíada de 2028?
A discussão para incluir o automobilismo nos Jogos Olímpicos continua. A expectativa era grande para que a modalidade fizesse sua reestreia em 2028, durante os Jogos de Los Angeles. Em outubro do ano passado, uma convenção do COI em Mumbai (Índia) analisou a possibilidade de adicionar novos esportes, incluindo o automobilismo.
- No entanto, as modalidades aprovadas foram futebol americano, beisebol e softbol, lacrosse e squash.
- A discussão sobre como esses esportes serão encaixados no calendário olímpico ainda está em andamento.
Quando o Automobilismo Fez Parte da Olimpíada?
Embora atualmente seja proibido, o automobilismo já foi parte dos Jogos Olímpicos, precisamente em Paris, no ano 1900, durante a segunda edição da era moderna dos Jogos. Na ocasião, ocorreu uma prova de 1.347 km, organizada pelo Automóvel Clube da França, com partida e chegada em Paris, passando por Toulouse.
A competição buscava demonstrar a resistência dos automóveis recém-criados. A prova foi dividida em 14 categorias, incluindo carros de seis lugares, vans de entrega e caminhões, e atraiu 55 competidores. Entre os que completaram a prova, o nome mais notável foi Louis Renault, um dos fundadores da Renault, que venceu na sua categoria.
Desde então, o automobilismo nunca mais teve espaço nos Jogos Olímpicos e, dada a atual regulamentação e filosofia do evento, é improvável que isso mude tão cedo.