O aumento nos preços de combustíveis como gasolina, etanol e diesel, que entra em vigor nesta terça-feira (11), mobiliza consumidores e revendedores por todo o país. As alterações que serão implementadas pelas distribuidoras de combustível têm como justificativa a recente medida provisória que limita os créditos de PIS/Cofins.
Estas mudanças têm gerado preocupações quanto ao impacto final nos custos para os consumidores. Grandes distribuidoras já anunciaram o aumento de preço, que pode variar entre 4 a 11 centavos por litro, conforme declarado pelo Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo de Campinas e Região (Recap).
Por Que os Preços dos Combustíveis Estão Aumentando?

A resposta para o reajuste se encontra na nova medida provisória que restringe a utilização de créditos de PIS e Cofins pelas empresas. Esta restruturação fiscal, que visa compensar desonerações em outros setores, está diretamente ligada ao aumento dos custos operacionais das distribuidoras, que agora passam esses custos para os consumidores.
Qual é o Impacto Esperado do Reajuste?
O Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) estima que o preço da gasolina possa sofrer um aumento aproximado de 4% a 7% e do diesel de 1% a 4% no segmento de distribuição. De acordo com o IBP, as empresas do setor acumulam cerca de R$ 10 bilhões em créditos de Pis/Cofins, que após a aplicação da MP, não poderão mais ser utilizados para abater outros tributos.
Como Isso Afeta o Consumidor Comum e o Transporte Público?
A pressão do aumento não se limita apenas ao bolso do consumidor direto, mas estende-se por toda a cadeia de transporte. Segundo Ana Mandelli, diretora executiva de downstream do IBP, o reajuste afetará significativamente o custo do transporte público e do frete de cargas e alimentos, essenciais para a movimentação econômica do país.
- Influência no transporte urbano: Maior custo nas passagens de ônibus.
- Aumento no frete: Produtos e alimentos podem ficar mais caros devido ao aumento do custo para transportá-los.
A distribuidora Ipiranga, uma das maiores do país, confirmou que ajustará seus preços em função da nova medida. Em comunicado, a empresa destacou que, embora pratique uma política de preços compatível com os padrões do mercado, a definição dos preços finais na bomba será sempre uma decisão do revendedor, ressaltando a livre concorrência conforme as leis vigentes.
Este cenário reflete os desafios constantes enfrentados pelo setor de combustíveis no Brasil, reafirmando a complexidade das políticas tributárias e suas implicações diretas sobre os preços ao consumidor final.