A atualização das taxas de correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) voltou a ser debatida no Supremo Tribunal Federal (STF) no dia 12 de junho. Esse tema, crucial para milhões de brasileiros, pode impactar significativamente o acesso ao crédito imobiliário, especialmente para famílias de baixa renda.
O julgamento, reiniciado após uma pausa, tem o potencial de transformar o cenário habitacional do país. A análise sobre a correção do FGTS, que começou em abril de 2023, retorna à pauta após ser suspensa em novembro devido ao pedido de vista do ministro Cristiano Zanin.
O cerne da questão é que o rendimento atual do fundo, calculado pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano, não compensa as perdas inflacionárias, diminuindo o poder de compra e investimento dos trabalhadores brasileiros.
Nova Correção do FGTS

O FGTS é essencial para o financiamento de imóveis no Brasil, especialmente por meio de programas como o Minha Casa, Minha Vida, que proporcionam condições mais acessíveis para famílias de baixa renda.
Se uma nova fórmula for adotada, elevando os rendimentos para TR mais 6% ao ano, equivalente à poupança, o fundo poderia aumentar o poder de compra dos trabalhadores. No entanto, isso também traria desafios significativos para o sistema financeiro e público.
Sete ministros aprovaram a proposta do governo, apresentada pela Advocacia-Geral da União (AGU), que define a correção do FGTS pela Taxa Referencial (TR) mais 3% ao ano, além da distribuição dos lucros do fundo. De acordo com a decisão, se a remuneração das contas do FGTS não alcançar o IPCA em determinados anos, o Conselho Curador do Fundo será responsável por determinar a forma de compensação.
A nova regra de correção começará a vigorar em 2025, impactando os depósitos futuros do FGTS. Especialistas afirmam que essa mudança beneficiará os trabalhadores, principalmente pelo aumento dos rendimentos em suas contas do FGTS. A substituição da TR por um índice de correção mais alto, como o IPCA, resultará em ganhos financeiros significativos.
Consequências da revisão do FGTS
Uma alteração na forma de correção do FGTS impactaria diretamente mais de 13 milhões de famílias, especialmente aquelas que ganham menos de quatro salários mínimos, o segmento mais afetado pelo déficit habitacional no Brasil.
De acordo com Luiz Antônio França, presidente da Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), essa revisão poderia ajudar muitas famílias que dependem desses recursos a realizarem o sonho da casa própria.
Riscos da nova Correção do FGTS
Por outro lado, o governo tem demonstrado preocupação com as consequências dessa mudança.
Aumentar os rendimentos do FGTS poderia sobrecarregar os cofres públicos e afetar a disponibilidade de recursos para o financiamento habitacional. O fundo é crucial para o planejamento econômico do setor de habitação social.
Atualmente, já existem três votos favoráveis à mudança do índice de correção, indicando um provável aumento nos rendimentos. Os próximos dias serão essenciais para entendermos as futuras condições de financiamento da casa própria no Brasil.
A decisão do STF é aguardada com grande expectativa por diversos setores da sociedade, pois se espera que tenha impactos significativos tanto para a população mais carente quanto para a economia como um todo.
Este julgamento não apenas define números, mas também o destino de milhões de brasileiros que sonham com a estabilidade de um lar próprio.