A nova projeção para o salário mínimo está alinhada à política do governo federal de valorização do piso salarial, que estabelece que o valor deve ser corrigido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) acumulado em 12 meses até novembro, mais a variação do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos anteriores. A previsão inicial para o INPC era de 3,25%, mas foi atualizada para 3,65%, de acordo com o último relatório da Secretaria de Política Econômica (SPE).
Segundo as novas estimativas, o salário mínimo será de R$ 1.595 em 2026, R$ 1.687 em 2027 e R$ 1.783 em 2028. Esse piso é usado como base para reajustar diversos benefícios, incluindo previdenciários e assistenciais, contribuindo para a pressão sobre os gastos obrigatórios do governo. Apesar das discussões sobre uma possível desvinculação, ainda não houve aval do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Pressão Sobre os Gastos com a Valorização do Salário Mínimo

Em abril de 2023, o governo Lula estabeleceu que o salário mínimo seria corrigido anualmente pela inflação mais a variação do PIB consolidado de dois anos atrás. Essa política tem acelerado o crescimento dos gastos obrigatórios, especialmente com benefícios previdenciários e assistenciais, que são vinculados ao salário mínimo. Essa medida tem desafiado a sustentabilidade das contas públicas.
Na terceira revisão bimestral de receitas e despesas, divulgada em 22 de julho de 2023, o governo anunciou que pretende gastar mais R$ 4,9 bilhões com a Previdência e R$ 6,4 bilhões com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) – pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda. Esses valores são superiores às projeções anteriores e superam o limite permitido pelo novo arcabouço fiscal.
O que é o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)?
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é um indicador que mede a variação dos preços de uma cesta de produtos e serviços consumidos pelas famílias brasileiras com renda de um a cinco salários mínimos. Ele serve como base para a correção do salário mínimo e de outros benefícios do governo, garantindo que o poder de compra permaneça estável diante da inflação.
Em um cenário de inflação crescente, o INPC assume papel crucial na atualização dos rendimentos da população, evitando a perda do poder aquisitivo. Para 2024, o governo atualizou a previsão do INPC de 3,25% para 3,65%, refletindo a expectativa de inflação mais elevada.
Quais são os Benefícios Vinculados ao Salário Mínimo?
O salário mínimo é uma referência importante para o reajuste de diversos benefícios no Brasil. Alguns dos principais incluem:
- Benefícios previdenciários pagos pelo INSS, como aposentadorias, pensões e auxílios.
- Benefício de Prestação Continuada (BPC), pago a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.
- Salário-família, destinado a trabalhadores de baixa renda com filhos.
A valorização do salário mínimo eleva diretamente esses pagamentos, aumentando a pressão sobre o orçamento público. De acordo com o economista Fabio Giambiagi, do FGV/Ibre, a política de valorização do mínimo e sua vinculação aos benefícios devem consumir cerca de 56% da economia prevista com a reforma da Previdência aprovada em 2019.
Como a Valorização do Salário Mínimo Impacta a Economia?
A política de valorização do salário mínimo tem implicações significativas para a economia brasileira. Vamos destacar alguns dos principais impactos:
- Aumento do Poder de Compra: Reajustes do salário mínimo ajudam a manter o poder de compra dos trabalhadores, principalmente dos que recebem menores salários.
- Pressão Sobre o Orçamento: A elevação do salário mínimo aumenta os gastos do governo com benefícios previdenciários e assistenciais.
- Inflação: Salário mínimo mais alto pode gerar aumentos de preços, impactando a inflação de forma geral.
Apesar desses desafios, a política de valorização do salário mínimo busca garantir uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores, mantendo seu poder de compra e assistência social. O equilíbrio entre esses fatores é essencial para a sustentabilidade econômica do país.