A recente liberação de recursos do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) promete injetar bilhões de reais na economia brasileira. Esta medida visa beneficiar milhões de trabalhadores, proporcionando um estímulo econômico significativo. No entanto, especialistas alertam para possíveis pressões inflacionárias decorrentes do aumento do consumo.
O governo brasileiro decidiu liberar o saldo total do FGTS para trabalhadores que aderiram ao saque-aniversário e foram demitidos entre janeiro de 2020 e a data da publicação da Medida Provisória. Esta ação deve beneficiar cerca de 12,1 milhões de trabalhadores, embora nem todos recebam o valor integral devido a antecipações feitas com instituições financeiras.
Quem tem direito ao saque do FGTS?
Os trabalhadores demitidos sem justa causa entre janeiro de 2020 e fevereiro de 2024, que optaram pelo saque-aniversário, são os principais beneficiários desta medida. Anteriormente, esses trabalhadores só poderiam acessar o saldo remanescente do FGTS após dois anos da demissão. Com a nova regra, o acesso aos valores é imediato, dependendo do montante disponível.
É importante destacar que, após a publicação da Medida Provisória, aqueles que optarem pelo saque-aniversário e forem demitidos não poderão acessar o saldo retido. No entanto, não é necessário sair da modalidade do saque-aniversário para acessar os recursos retidos.
Como consultar e sacar os valores do FGTS?
Os trabalhadores podem verificar o saldo disponível através do aplicativo do FGTS. Valores de até R$ 3 mil serão depositados a partir de 6 de março, enquanto valores excedentes estarão disponíveis a partir de 17 de junho. Os recursos serão automaticamente creditados na conta cadastrada no aplicativo.
Para sacar os valores, é possível utilizar o cartão cidadão e senha nas lotéricas e terminais de caixa eletrônico. Caso o trabalhador não possua o cartão, é necessário comparecer a uma agência da Caixa Econômica Federal com documento pessoal e carteira de trabalho.
Qual o impacto econômico da liberação do FGTS?
A liberação de R$ 12 bilhões na economia brasileira pode ter dois efeitos principais: estimular a atividade econômica e pressionar a inflação. O aumento do consumo decorrente da maior circulação de dinheiro pode levar o Banco Central a adotar uma política de juros mais restritiva para controlar a inflação.
Especialistas apontam que, embora a medida possa impulsionar o varejo e o consumo a curto prazo, ela não resolve os desafios estruturais do crescimento econômico do país. A decisão também possui um componente político, ao buscar reforçar a popularidade do governo em um cenário econômico instável.
Quais são as perspectivas futuras?
Analistas financeiros estão cautelosos quanto aos efeitos a longo prazo da liberação do FGTS. Embora a medida possa proporcionar um alívio temporário para a economia, a continuidade de pressões inflacionárias e a necessidade de políticas monetárias restritivas podem limitar seus benefícios.
O governo enfrenta o desafio de equilibrar o estímulo econômico com a estabilidade fiscal e monetária. A interação entre essas políticas será crucial para determinar o sucesso da medida e seu impacto duradouro na economia brasileira.