Recentemente, notícias têm circulado nas redes sociais, insinuando que o salário mínimo dos trabalhadores brasileiros teria sido elevado para R$ 1.989. Essa informação tem gerado confusão. Por isso, leia este artigo até o final para entender de onde vêm esse número do salário mínimo e quem tem direito.
O salário mínimo no Paraná: diferenças regionais

No estado do Paraná, o que realmente ocorreu foi um reajuste no piso salarial regional, que varia entre R$ 1.800 e R$ 2.100, dependendo da categoria profissional.
Este valor foi estabelecido pelo Conselho Estadual do Trabalho, Emprego e Renda (Ceter), que reúne representantes dos trabalhadores, empregadores e governos em nível estadual e federal. O ajuste foi estruturado em quatro faixas salariais, abrangendo diversas ocupações conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO).
Faixas salariais do Paraná
- Faixa 1: O salário foi ajustado de R$ 1.749,02 para R$ 1.856,94, beneficiando trabalhadores dos setores agropecuário, florestal e da pesca, conforme o Grande Grupo 6 da CBO.
- Faixa 2: A remuneração subiu de R$ 1.816,60 para R$ 1.927,02, alcançando trabalhadores de serviços administrativos, vendedores do comércio e serviços de reparação, abarcando os Grandes Grupos 4, 5 e 9 da CBO.
- Faixa 3: O salário nesta categoria passou de R$ 1.877,19 para R$ 1.989,86, contemplando trabalhadores da produção de bens e serviços industriais, nos Grandes Grupos 7 e 8 da CBO.
- Faixa 4: O ajuste foi de R$ 2.017,02 para R$ 2.134,88, destinado a técnicos de nível médio, do Grande Grupo 3 da CBO.
É importante ressaltar que esses reajustes não se aplicam a empregados com piso salarial definido por lei federal, convenção ou acordo coletivo de trabalho, além de servidores públicos. Dessa forma, a medida afeta apenas os trabalhadores do setor privado.
O cenário nacional: salário mínimo atual
Desde 1940, o salário mínimo no Brasil tem sido um padrão de remuneração estabelecido pelo governo, com a finalidade de garantir uma remuneração básica aos trabalhadores com carteira assinada. Atualmente, o valor do salário mínimo é de R$ 1.412, vigente desde fevereiro de 2023, e representa um aumento de 6,96% em comparação ao ano anterior.
Os estados têm a liberdade de fixar salários mínimos regionais, que só têm validade dentro de suas respectivas jurisdições. No estado de São Paulo, por exemplo, o piso salarial foi estabelecido em R$ 1.640, conforme a Lei 301/2024. Portanto, cada estado pode optar por seguir o valor nacional ou definir sua própria remuneração mínima.
Além disso, existem categorias que possuem piso salarial ou dissídio coletivo, que não necessariamente se alinham ao salário mínimo nacional.
Projeções para o salário mínimo em 2025
O Ministério da Fazenda apresentou novas previsões para o salário mínimo em 2025, estimando que o valor possa chegar a R$ 1.509. Anteriormente, a expectativa era de um piso nacional de R$ 1.502, conforme consta no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) para o ano. A implementação do novo salário mínimo está programada para entrar em vigor a partir de 1º de janeiro, com o pagamento previsto para fevereiro.
Mudanças nas condições macroeconômicas, incluindo a revisão das previsões de inflação, podem impactar esse valor. Se confirmado, o novo piso representará uma alta de 6,87% em relação ao atual, que é de R$ 1.412.
Fatores que influenciam o aumento do salário mínimo
O valor do salário mínimo real pode sofrer alterações, dependendo das taxas de inflação, que podem ser maiores ou menores do que as estimativas do governo, ou ainda por revisões do Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 pelo IBGE. O aumento segue a nova regra de valorização do salário mínimo, que leva em consideração o crescimento do PIB nos dois anos anteriores e a inflação acumulada até novembro.
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) é o parâmetro utilizado para corrigir o salário mínimo, com uma expectativa de acumulação de 3,65% neste ano.
Para os anos seguintes, as projeções indicam que o piso pode atingir R$ 1.595 em 2026, R$ 1.687 em 2027 e R$ 1.783 em 2028. Essas estimativas refletem um esforço contínuo para garantir uma melhor qualidade de vida para os trabalhadores brasileiros, considerando as oscilações econômicas e as necessidades do mercado.
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