O governo federal está desenvolvendo uma nova linha de crédito consignado destinada a trabalhadores do setor privado com carteira assinada, conhecidos como CLT. A iniciativa, liderada pelo Ministério da Fazenda, tem como objetivo ampliar as opções de financiamento para esse público. Com a expectativa de envio ao Congresso Nacional ainda no começo do ano, o projeto busca democratizar o acesso ao crédito a um grupo mais amplo de brasileiros.
Atualmente, o crédito consignado para trabalhadores privados é restrito a empresas com convênios bancários, o que limita significativamente quem pode acessar esse tipo de produto financeiro. A nova proposta visa permitir que qualquer trabalhador CLT obtenha crédito independentemente dessa adesão, prometendo maior inclusão financeira. Assim, o governo pretende implementar um sistema através da Carteira de Trabalho Digital (CTPS Digital) para facilitar o acesso aos empréstimos, possibilitando que as instituições bancárias apresentem suas propostas diretamente aos trabalhadores.
Quais as Expectativas para o Novo Consignado Privado?

A principal expectativa em torno do novo consignado privado é que ele seja uma alternativa acessível para trabalhadores com restrições financeiras, como os que possuem nome negativado. Durante o desenvolvimento do projeto, o governo destacou que o desconto das parcelas será feito diretamente na folha de pagamento, o que diminui o risco de inadimplência para as instituições financeiras e pode resultar em taxas mais competitivas do que as de outros tipos de crédito pessoal.
Os trabalhadores poderão solicitar empréstimos na plataforma digital, possibilitando que comparem diferentes taxas de juros praticadas no mercado e escolham a melhor oferta disponível. Essa movimentação é vista como uma forma de aumentar a transparência e promover a concorrência entre os bancos, que precisam se adaptar a essa nova realidade para captar mais clientes.
Quem Poderá Solicitar o Novo Consignado Privado?
De acordo com as informações preliminares, o novo consignado privado será acessível para trabalhadores que possuam vínculo empregatício formal e ativo. As condições incluem um registro formal na carteira de trabalho e uma margem consignável disponível, que poderá ser de até 35% do salário líquido. As possibilidades de parcelamento deverão variar conforme as políticas internas de cada instituição financeira.
No entanto, algumas categorias, como empregados domésticos e microempreendedores individuais (MEIs), ainda não estão contempladas na fase inicial do projeto. A inclusão desses trabalhadores em etapas futuras está em discussão, mas ainda depende de debates e alinhamentos adicionais entre governo, entidades bancárias e outros stakeholders do setor.
Consignado Privado para Negativados: Uma Nova Abordagem
Uma das grandes novidades desta modalidade de crédito é a possibilidade de atender trabalhadores negativados, que frequentemente enfrentam dificuldades ao solicitar empréstimos convencionais. Com o novo plano, estas pessoas poderão ter um acesso mais facilitado ao crédito, dado que o risco de inadimplência é mitigado por meio dos descontos na folha de pagamento. Isso se traduz em melhores condições de contratação e em taxas de juros potencialmente mais baixas.
Ainda não foram definidos limites para as taxas de juros do novo consignado, mas espera-se que sejam competitivas diante das médias de mercado. Assim, trabalhadores com restrições terão uma opção mais viável e econômica para refinanciar suas dívidas ou investir em suas necessidades pessoais.
Quando o Novo Consignado Privado Estará Disponível?
A disponibilidade do novo consignado privado depende do andamento das discussões no Congresso e da implementação da plataforma digital que permitirá sua contratação. O governo prevê que os procedimentos sejam agilizados, possibilitando o lançamento ainda no primeiro semestre do ano. Entretanto, alguns aspectos, como o fluxo de pagamento no caso de demissão do trabalhador, ainda precisam ser estabelecidos com clareza.
A expectativa é que a definição de regras detalhadas sobre o processo e os direitos e deveres dos solicitantes ocorra em breve, com a colaboração ativa de instituições financeiras e representantes de trabalhadores, para garantir um sistema eficiente, justo e inclusivo para todos.