Neste artigo você vai ver que há um alívio parcial nas contas públicas, mas que as contas continuam no vermelho. Explico por que a dívida segue alta e o déficit cresceu, como a estabilidade depende de arrecadação forte e de controle de despesas, e por que isso é frágil por causa de receitas extraordinárias. Também listo os principais riscos e o que será preciso fazer no próximo ano para evitar uma piora.
- Alívio parcial nas contas, mas situação fiscal continua apertada
- Dívida e déficit seguem elevados e vulneráveis
- Melhora sustentada por arrecadação forte e controle temporário de gastos
- Dependência de receitas extraordinárias torna a melhora frágil
- Riscos em 2025 exigem ajustes em receitas e despesas para evitar piora
Brasil respirou, mas ainda está no vermelho: dívida cai, mas déficit explode para R$ 70,6 bi!
Você vê uma notícia que mistura alívio e alerta. A dívida bruta do governo federal deve ficar em 79,54% do PIB em 2025, segundo o Prisma Fiscal da Secretaria de Política Econômica (SPE). Isso indica estabilidade em relação a expectativas anteriores. Mas o déficit primário está projetado em R$ 70,64 bilhões — um sinal de que o telhado ainda goteja.
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Dívidas em trajetória de estabilização, mas com riscos
A tendência é de alívio parcial: o governo segurou a alta da dívida, mas boa parte do resultado vem de receitas não permanentes. Ou seja: o cenário é frágil — mudanças nos fatores de curto prazo podem inverter a trajetória.
Fatores que contribuíram para a estabilização
Alguns pontos ajudaram a respiração momentânea:
- Arrecadação extraordinária que superou expectativas.
- Atividade econômica que se manteve razoável.
- Inflação moderada, que ajudou a segurar gastos.
- Controle de despesas, com despesas federais abaixo de 19% do PIB, o menor nível em quatro anos.
Esses fatores evitaram um salto maior na dívida, mas parte disso é temporário.
Déficit primário cresce e pressiona as contas públicas
Mesmo com arrecadação forte, o déficit projetado subiu de R$ 69 bilhões em setembro para R$ 70,64 bilhões. O problema não é só quanto entra, mas quanto sai: gastos obrigatórios, despesas com precatórios e ajustes legais ampliaram o rombo. O secretário Guilherme Mello diz que o governo vai buscar um resultado próximo de zero, mas o desafio é grande.
Por que o déficit cresce mesmo com arrecadação recorde?
Pense assim: você recebe um salário extra, mas as contas de casa subiram. A arrecadação recorde cobriu parte do rombo, mas não todas as pressões:
- Gastos obrigatórios (remunerações, benefícios).
- Despesas extraordinárias como precatórios.
- Queda em transferências que reduz receitas em certas áreas.
A arrecadação robusta alivia, mas não fecha todos os buracos.
Arrecadação forte tem papel decisivo no controle das dívidas
A arrecadação alta foi o principal amortecedor. Em setembro, a receita federal bateu recorde histórico, segundo Mello. Sem esse impulso, a trajetória poderia ser bem pior.
Fatores que impulsionam a arrecadação
O aumento das receitas veio de três fontes centrais:
- Atividade econômica: mais empresas faturando e mais empregos geram tributos.
- Inflação moderada: preços estáveis ajudam a manter receita real.
- Receitas extraordinárias: entradas não recorrentes que inflaram o caixa.
Cada força tem peso; juntas, seguraram a situação no curto prazo.
Dívidas e despesas: como está o controle de gastos?
O governo afirma que as despesas ficarão abaixo de 19% do PIB, o que tranquiliza mercados. Mas os gastos obrigatórios continuam pressionando — um corte pontual não resolve o problema estrutural.
Riscos que ainda cercam o cenário fiscal
Sinais de alerta continuam acesos. Entre os principais riscos:
- Receitas não recorrentes desaparecendo;
- Piora na atividade econômica que reduz tributos;
- Aumento da inflação ou dos juros;
- Despesas judiciais e precatórios maiores que o previsto;
- Mudanças políticas que ampliem gastos.
Se algum desses eventos se intensificar, a dívida pode subir rápido.
O que esperar das dívidas e do cenário fiscal em 2025?
2025 será um ano de ajustes. A dívida pode ficar estável se a arrecadação continuar forte e os gastos forem controlados, o que exige:
- Crescimento econômico consistente;
- Controle rigoroso das despesas;
- Política fiscal responsável para evitar surpresas.
Acompanhar os dados mês a mês será essencial: pequenos sinais mudam expectativas.
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Conclusão
Você respirou, mas a situação fiscal continua frágil: há um alívio parcial, porém a dívida em torno de 79,54% do PIB e o déficit projetado de R$ 70,64 bilhões mostram que o telhado ainda goteja. A melhora veio graças à arrecadação forte e ao controle temporário de despesas, mas muito disso é sustentado por receitas extraordinárias — um remendo, não uma solução estrutural.
Os riscos são claros: queda da atividade, aumento de juros, despesas judiciais maiores e políticas que ampliem gastos. O caminho é difícil: combinar crescimento econômico, controle rigoroso de despesas e aumento de receitas estruturais. Acompanhe os números mês a mês e cobre consistência nas medidas.
Perguntas frequentes
O que significa “Você respira, mas contas seguem no vermelho”?
Significa alívio parcial: mais receita e algum controle de gastos, mas dívida e déficit ainda altos e sujeitos a piora.
Por que houve essa “respiração” nas contas?
Por arrecadação forte (até recorde em setembro) e controle temporário de despesas. Muitas receitas foram não recorrentes.
Quais são os números que preocupam para 2025?
Dívida prevista em 79,54% do PIB e déficit primário estimado em R$ 70,64 bilhões.
Essa melhora é segura e duradoura?
Não. A estabilidade é frágil e depende de receitas extraordinárias e do controle de gastos.
O que precisa ser feito para tirar as contas do vermelho?
Medidas combinadas: aumentar receitas estruturais, controlar gastos obrigatórios e buscar crescimento econômico consistente.

