Neste artigo você vai entender o que aconteceu com o DREX e por que o Banco Central decidiu desligar a infraestrutura usada nas fases iniciais do projeto. Você verá o papel da Hyperledger Besu, os problemas de privacidade e escalabilidade que motivaram a mudança e o foco da fase três na escolha de nova tecnologia e em testes mais robustos. Também saberá por que especialistas consideram esse passo estratégico e o que isso pode mudar para bancos, fintechs e para você.
- Banco Central desligou a infraestrutura DREX baseada em Hyperledger Besu, mas diz que o projeto segue.
- Motivo principal: falhas de privacidade e problemas de escalabilidade.
- Próxima etapa vai escolher nova tecnologia com mais criptografia e proteção de dados.
- Futuros testes vão envolver mais bancos, fintechs, contratos inteligentes e integração entre sistemas.
- Objetivo: criar um ecossistema financeiro seguro, interoperável e integrado ao PIX e Open Finance.
Encerramento da infraestrutura DREX
O Banco Central confirmou que vai desligar a infraestrutura do DREX que usava a Hyperledger Besu. A notícia surpreendeu quem acompanha, mas, na prática, trata-se de um ajuste: o regulador optou por pausar o ambiente de testes para repensar a base tecnológica do Real Digital.
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Problemas de privacidade motivaram o desligamento
Fontes internas indicaram falhas de privacidade na plataforma usada nos pilotos — dados sensíveis das transações não estavam sendo protegidos como esperado. Em ambientes de teste, o objetivo é identificar essas falhas para corrigi-las; por isso o BC optou por desligar e revisar a solução antes de avançar.
O que é a Hyperledger Besu
A Hyperledger Besu é uma tecnologia DLT (livro contábil digital) criada para registrar e validar transações em redes públicas ou privadas. O BC a escolheu por sua transparência e flexibilidade, mas os testes revelaram limitações em privacidade e escalabilidade, o que levou à suspensão do uso e à busca por alternativas.
O projeto DREX segue de pé, afirma fonte
Em reunião com os consórcios, fontes garantiram que o projeto DREX continua. Não é o fim, mas uma revisão estratégica para elevar padrões de proteção de dados e simular usos reais do Real Digital em testes mais rigorosos.
O caminho do DREX até aqui
O DREX faz parte da agenda de Inovação Financeira do BC e visa transformar pagamentos, investimentos e movimentações com o real. Já houve várias fases de testes para mapear o que funciona e o que precisa melhorar.
Fase 1: seleção de propostas e testes iniciais
Na Fase 1, o BC recebeu propostas sobre entrega contra pagamento (DvP) e programabilidade do Real Digital. O foco foi privacidade e programabilidade; 16 propostas avançaram para testes.
Fase 2: desenvolvimento e desafios
Na Fase 2 chegaram 42 temas, dos quais 13 foram escolhidos para desenvolvimento sobre a infraestrutura Besu. Nem todos os objetivos de privacidade foram atendidos, o que motivou a revisão da infraestrutura e a avaliação de novas opções.
O futuro do Real Digital
O Real Digital busca ser mais rápido e integrado. Para o usuário, isso pode significar transferências imediatas entre pessoas, empresas e governo, além de contratos automáticos e tokenização de ativos — desde que a segurança seja garantida.
Início da fase 3 em 2026
A fase 3 está prevista para começo de 2026. Nessa etapa, o BC definirá a nova tecnologia base e realizará testes mais amplos com bancos, fintechs e órgãos públicos, simulando cenários de uso real.
Possível adoção de nova tecnologia blockchain
Entre as alternativas estão Corda, Quorum e Substrate, plataformas com diferentes pontos fortes em privacidade e desempenho. A escolha será estratégica e deve trazer transações mais rápidas e dados melhor protegidos.
Especialistas avaliam o desligamento da Besu
Especialistas consideram o desligamento esperado. André Carneiro, CEO da BBChain, afirmou que os pilotos cumpriram seu papel ao revelar onde a tecnologia precisa evoluir, e que o setor privado pode ganhar espaço em soluções fora do ambiente regulatório de testes.
Um projeto de longo prazo
O DREX não será implementado da noite para o dia. O BC usou a infraestrutura de testes por mais de dois anos; com o desligamento da Besu, inicia-se outro ciclo. Mudanças grandes exigem tempo e cuidado.
O que esperar da nova fase do DREX
A nova etapa deve trazer avanços claros. Pontos a acompanhar:
- Mais segurança e privacidade
- Fortalecimento da criptografia e proteção de dados para reduzir riscos de exposição.
- Expansão do ecossistema
- Mais fintechs, bancos e startups envolvidos, ampliando opções de serviços sobre o Real Digital.
- Integração com o PIX e Open Finance
- Conectar o DREX ao PIX e ao Open Finance para tornar transferências e pagamentos mais inteligentes e automáticos.
- Lançamento piloto ao público
- Se os testes forem bem-sucedidos, poderão ocorrer pilotos controlados com usuários finais.
Conclusão
O desligamento da infraestrutura baseada em Hyperledger Besu não encerra o projeto — é um ajuste de rota. Como foram detectadas limitações em privacidade e escalabilidade, o Banco Central preferiu pausar e repensar a base tecnológica. O DREX e o Real Digital seguem ativos, com foco em segurança, criptografia e testes mais robustos. A fase 3 (2026) deve escolher uma tecnologia mais adequada — Corda, Quorum, Substrate e outras estão no radar — com objetivo de trazer transações mais rápidas, proteção de dados e integração com PIX e Open Finance.
Perguntas frequentes
- O que o Banco Central anunciou sobre a infraestrutura do DREX?
O BC confirmou o desligamento da infraestrutura usada nas fases 1 e 2, baseada na Hyperledger Besu. O anúncio foi feito em reunião com os consórcios em 4 de novembro, e o desligamento ocorreu na semana seguinte. O projeto DREX segue ativo. - Por que a Hyperledger Besu foi desligada?
Principal motivo: problemas de privacidade. Também foram identificados desafios de escalabilidade e segurança. A próxima fase vai focar em melhor criptografia e proteção de dados. - O desligamento da Besu significa o fim do DREX?
Não. É uma mudança estratégica e o início de um novo ciclo. - O que aconteceu nas fases 1 e 2 que motivou a mudança?
Fase 1 testou DvP e programabilidade; Fase 2 desenvolveu 13 temas sobre a infraestrutura Besu, mas não alcançou totalmente as metas de privacidade, expôs limitações técnicas e levou à revisão. - O que vem na fase 3 e quais tecnologias podem ser usadas?
A fase 3 começa no início de 2026, quando o BC escolherá uma nova base tecnológica. Alternativas apontadas: Corda, Quorum e Substrate. Objetivos: mais privacidade, escalabilidade, smart contracts e integração com PIX e Open Finance.

