O Ministério da Saúde anunciou que o SUS vai começar a realizar triagem de autismo em crianças de 16 a 30 meses nas consultas da atenção primária. Além disso, há avanços tecnológicos e iniciativas complementares na detecção precoce, como uma ferramenta de IA que promete detectar depressão pós-parto, que mostram a importância de ampliar a atenção desde a gestação e o pós-parto.
Principais pontos
- Triagem realizada nas unidades básicas de saúde (UBS) para crianças entre 1 ano e 4 meses e 2 anos e 6 meses (16–30 meses).
- Uso do M‑CHAT: até 23 perguntas sobre interações e comportamentos cotidianos.
- Pais ou responsáveis respondem o questionário; o teste não faz diagnóstico, só indica risco.
- Em caso de sinal, o SUS encaminha para avaliação completa com especialistas.
- Serviço gratuito, com objetivo de detectar precocemente e reduzir desigualdades no acesso ao diagnóstico e às intervenções; o SUS já oferece outras iniciativas de acesso a medicamentos e serviços gratuitos pelo SUS.
Como funcionará na prática
Leve seu filho à UBS em consultas de rotina. Profissionais treinados aplicarão o M‑CHAT com você. A estratégia integra ações de ampliação de acesso à saúde, na linha de grandes iniciativas do SUS, como os mutirões para reduzir filas. Se o resultado apontar risco, haverá encaminhamento para avaliação multidisciplinar e posterior planejamento terapêutico.
Onde será feito?
A triagem será oferecida nas unidades básicas de saúde — você não precisa ir a hospitais de grande porte nem pagar pelo exame.
O que é o M‑CHAT e como responder?
O M‑CHAT (Modified Checklist for Autism in Toddlers) é um rastreador comportamental com perguntas simples — por exemplo, se a criança sorri ao ser chamada, se aponta para mostrar algo ou se gosta de jogos de faz de conta. Responda com calma e honestidade sobre o comportamento habitual da criança. Tenha atenção também à privacidade e ao compartilhamento de imagens ou dados sensíveis, um tema em debate após o caso do vazamento no app TEA que expôs imagens. O resultado indica apenas necessidade de investigação adicional.
Procedimentos após a triagem
Se houver indicação de risco, seguem-se avaliações com profissionais como:
- Neurologista infantil
- Psicólogo/psicopedagogo
- Terapeuta ocupacional
- Fonoaudiólogo
Essas avaliações confirmam diagnóstico e definem intervenções (terapias, acompanhamento, orientações familiares). Quanto mais cedo começar o apoio, maiores as chances de progresso. Dependendo do diagnóstico e da necessidade, as famílias também podem buscar direitos e benefícios previstos na legislação, como propostas e medidas relacionadas à aposentadoria especial para pais de autistas, ajustes segundo as novas regras do BPC e benefícios para filhos com deficiência que têm direito a pensão.
Por que diagnosticar cedo é importante
O diagnóstico e a intervenção precoce melhoram linguagem, interação social e habilidades adaptativas. Para famílias com menos recursos, o acesso via SUS significa oportunidades de tratamento que antes eram inacessíveis, reduzindo desigualdades. Além disso, políticas de suporte à família, como alterações no salário-maternidade e o aumento da licença paternidade, também contribuem para que cuidadores possam dedicar tempo ao acompanhamento inicial.
Como se preparar para a triagem
- Leve documento da criança e cartão do SUS.
- Chegue calmo e disponível para responder sobre o comportamento diário.
- Anote dúvidas e observações (por exemplo: “meu filho não aponta para mostrar brinquedos”). Relatos simples ajudam o profissional.
- Se a criança já usa medicação ou faz acompanhamento, leve informações sobre tratamentos e retiradas recentes em programas como a Farmácia Popular.
Exemplo prático
Se você observa que seu filho não aponta para mostrar objetos, relate isso na UBS. Após o M‑CHAT, pode haver encaminhamento a psicólogo e fonoaudiólogo; com isso, começam atividades que estimulam contato social e fala.
Identificação de outras condições
A triagem também pode revelar atrasos de fala, problemas de audição ou visão e outras causas que simulam sinais de autismo. Avaliar cedo permite diagnosticar e tratar causas associadas, além de orientar sobre possíveis medidas de suporte social e benefícios.
Conclusão
A triagem do SUS com o M‑CHAT nas UBS é uma medida simples, rápida e gratuita que amplia o acesso ao rastreio de sinais precoces de TEA. Ela não substitui avaliação especializada, mas abre caminho para diagnóstico e intervenções que fazem diferença no desenvolvimento.
Perguntas frequentes
O que é a triagem do SUS para autismo em bebês?
É um rastreio feito na atenção primária com o M‑CHAT para identificar sinais de risco em crianças de 16 a 30 meses.
Quem pode levar a criança para o teste?
Pais e responsáveis nas consultas de rotina nas UBS.
O M‑CHAT faz diagnóstico?
Não. O M‑CHAT aponta risco e, se positivo, gera encaminhamento para avaliação completa.
O que acontece se o teste apontar risco?
O SUS encaminha a criança a especialistas (neurologista, psicólogo, terapeuta ocupacional, fonoaudiólogo) para avaliação diagnóstica e definição de tratamento. Dependendo do diagnóstico, a família pode ter acesso a benefícios e direitos, como propostas de aposentadoria especial para pais de autistas, revisões do BPC ou pensão para filhos com deficiência.