A Associação Brasileira de Bancos (ABBC) apresentou uma ação judicial perante o Supremo Tribunal Federal (STF) questionando a autoridade concedida ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) na determinação dos tetos de juros para o crédito consignado. Este tipo de crédito é particularmente popular entre aposentados e pensionistas, uma vez que os valores das parcelas são descontados diretamente dos seus benefícios mensais.
A principal alegação da ABBC é que a tarefa de estabelecer esses limites deveria ser do Conselho Monetário Nacional (CMN), conforme estipula a legislação que estrutura o Sistema Financeiro Nacional. A insatisfação se concentra na percepção de que o INSS e o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) têm ultrapassado suas atribuições legais.
Por que o Controle de Juros é Importante para o CNPS?

O CNPS defende a necessidade de controlar as taxas de juros como uma forma de proteger consumidores de práticas abusivas. Em meio ao aumento do endividamento, essa estratégia é vista como necessária para assegurar condições mais equitativas a uma população que já enfrenta dificuldades financeiras significativas, já que muitos beneficiários sobrevivem com rendas reduzidas.
A abordagem adotada pelo Ministério da Previdência Social visa garantir que os aposentados tenham acesso a crédito com condições justas, sem comprometer sua segurança financeira. A regulação dos juros é vista como uma ferramenta essencial para evitar que eles sejam sobrecarregados por dívidas impagáveis.
Desafios Enfrentados pelo Setor Bancário
Os bancos, representados pela ABBC, expressam sérias preocupações com o uso da taxa Selic como parâmetro para a definição de juros no crédito consignado. Argumenta-se que esta taxa não reflete verdadeiramente os custos de captação dos bancos para operações de maior duração. Com a Selic oscilando, as instituições são confrontadas com um cenário em que o ajuste dos tetos de juros não corresponde aos custos reais do mercado.
Este desalinhamento, segundo os bancos, pode tornar o crédito menos acessível e, potencialmente, causar um impacto negativo para aqueles que dependem desse tipo de financiamento. As instituições financeiras destacam que muitos acabam ficando restritos a opções de crédito mais onerosas quando as condições estabelecidas não são realistas.
Consequências da Decisão do Supremo Tribunal Federal
Na sua ação, a ABBC busca uma decisão do STF que invalide os atos do INSS e do CNPS relacionados à fixação de juros, reafirmando assim o papel do CMN para tal função. Este julgamento poderá redefinir como o mercado de crédito consignado opera, afetando mais de 70 instituições financeiras envolvidas. O desfecho dessa disputa é amplamente aguardado por seu potencial impacto no setor financeiro e no dia a dia dos aposentados e pensionistas que dependem desse tipo de crédito.