O recente leilão da folha de pagamento de aposentadorias e benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) gerou discussões significativas, mesmo após a homologação do certame. A Crefisa, vencedora de 25 dos 26 lotes, se destacou no processo. O Banco Mercantil garantiu um lote, concretizando sua participação no gerenciamento destas folhas de pagamento a partir de janeiro de 2025. Este evento, realizado em outubro, apresentou um cenário de competição acirrada entre instituições financeiras de todo o país.
A sistemática adotada pelo INSS para a escolha de administradores da folha de pagamento não implica desclassificação direta de participantes; em vez disso, os bancos são ranqueados com base nas suas propostas financeiras. Essa abordagem assegura que, caso o vencedor de um lote específico não possa atender um beneficiário, o banco seguinte na ordem de preferências tome essa responsabilidade. Esta regra visa flexibilizar o processo e melhorar o atendimento aos novos aposentados e pensionistas.
Como Funciona a Distribuição dos Pagamentos?

O mecanismo de distribuição dos benefícios do INSS opera em um ciclo cuidadosamente coordenado. Ao ser concedido um benefício, como aposentadoria ou pensão, o pagamento inicial do segurado é realizado pelo banco vencedor do respectivo lote no leilão. Os segurados têm a opção de transferir seus pagamentos para outra instituição bancária, caso desejem, mas somente após o primeiro recebimento, o que depende de uma solicitação formal ao INSS.
Historicamente, muitos beneficiários optam por manter sua relação com a instituição inicial, simplificando o processo. Tradicionalmente, o INSS custeava os bancos para administração dos benefícios, mas isso foi revertido nos pregões subsequentes.
Quais São as Controvérsias Envolvidas?
O leilão se tornou alvo de uma ação civil pública movida pela Associação Brasileira de Bancos (ABBC). A discórdia central se deu em torno das regras para concessão de empréstimos consignados. De acordo com o edital do leilão, durante os primeiros 90 dias de recebimento do benefício, o aposentado só poderia contratar crédito consignado com as instituições vencedoras. Esse arranjo foi temporariamente suspenso por decisão judicial, destacando preocupações sobre a competitividade econômica e a livre concorrência, levadas ao Tribunal Regional Federal da Primeira Região.
O Que Muda no Crédito Consignado a Partir de 2025?
A partir de janeiro de 2025, mudanças significativas estão previstas para o crédito consignado dos beneficiários do INSS. Uma nova regulamentação propõe eliminar o atual bloqueio de 90 dias para a contratação de empréstimos consignados, mas apenas para aqueles oferecidos por bancos vencedores do leilão. Esta alteração poderá influenciar significativamente a dinâmica de empréstimos e comprometimento de renda dos aposentados e pensionistas.
O crédito consignado continuará permitindo que até 45% da renda mensal do beneficiário seja comprometida, distribuída entre empréstimos pessoais, cartão de crédito e cartão de benefício. As novas diretrizes visam proporcionar maior acesso a crédito aos novos aposentados, promovendo, assim, uma economia mais ativa.
As Consequências da Homologação sob Uma Liminar
A homologação do leilão, mesmo sob efeito de uma liminar, gerou debates sobre sua validade futura, caso a decisão judicial seja mantida. Especialistas da área previdenciária alertam que a aprovação do leilão pode ser revisitada, dependendo do resultado final do processo judicial. Esta possibilidade de uma reavaliação jurídica representa um risco significativo para o INSS, mas a instituição continua a defender o processo, afirmando que os valores obtidos são fundamentais para a manutenção de suas operações e auxílio no equilíbrio das contas públicas.
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