O governo brasileiro está atualmente revisando o teto de juros para os empréstimos consignados oferecidos aos beneficiários do INSS. Esse movimento é uma resposta à recente alta da Selic, a taxa básica de juros, que viu um aumento significativo nos últimos meses. As projeções indicam que essa taxa pode atingir 13% até 2025, afetando diretamente a atratividade financeira e a sustentabilidade deste tipo de crédito.
Os empréstimos consignados se tornaram uma importante ferramenta financeira para muitos aposentados e pensionistas, oferecendo taxas de juros mais baixas devido ao seu caráter de baixo risco para os credores. Entretanto, a elevação da Selic e outras mudanças econômicas estão pressionando as instituições financeiras a reavaliar suas estratégias e ofertas de crédito.
O que está motivando o aumento dos juros no consignado?

A definição dos juros dos empréstimos consignados é responsabilidade do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS). A última revisão destes valores ocorreu em maio de 2024. No entanto, a nova conjuntura econômica requer uma nova avaliação das condições de mercado. Vários fatores estão pressionando as instituições bancárias a reconsiderarem a oferta de crédito consignado.
Uma das questões principais é a rentabilidade bancária. Muitos bancos privados estão reduzindo ou até suspendendo a oferta desse tipo de crédito, considerando-o pouco lucrativo frente aos custos crescentes de captação de recursos. Enquanto isso, o Banco do Brasil tem conseguido manter e até expandir sua oferta desta linha de crédito, porém, alerta que ajustes são inevitáveis caso a situação atual persista.
Quando o novo teto será discutido?
O tema dos novos limites de juros será abordado em um encontro organizado pelo CNPS, programado para o dia 28 de novembro. O objetivo desta revisão é assegurar que os bancos continuem a fornecer crédito de forma acessível aos beneficiários, sem comprometer sua própria sustentabilidade financeira. A ideia é manter o equilíbrio entre a viabilidade econômica para as instituições financeiras e a necessidade dos aposentados e pensionistas por crédito acessível.
Como o leilão da folha de pagamento do INSS impacta os beneficiários?
O recente leilão da folha de pagamentos do INSS, realizado em outubro, introduziu novos jogadores no gerenciamento das operações financeiras para beneficiários. Com a Crefisa e o Banco Mercantil sendo os principais vencedores, com destaque para a Crefisa que adquiriu quase todos os lotes disponíveis, essas instituições agora detêm direitos especiais para oferecer e administrar o crédito consignado para o público do INSS.
Essa exclusividade na gestão dos depósitos de benefícios previdenciários representa uma vantagem competitiva significativa para essas instituições, que poderão intensificar sua oferta de produtos financeiros aos aposentados e pensionistas.
Quais os impactos esperados para o futuro do crédito consignado?
As mudanças recentes indicam um cenário de transformações para o crédito consignado. A revisão do teto de juros, combinada com a novidade do leilão da folha de pagamento, sugere um mercado que pode se tornar mais dinâmico, mas com desafios pela frente. A expectativa é que o governo federal encontre um ponto de equilíbrio que beneficie tanto os bancos quanto os beneficiários, garantindo que o crédito continue a ser uma opção viável para muitos.
Em última análise, aposentados e pensionistas precisarão acompanhar de perto essas mudanças, especialmente em relação aos termos e condições dos novos contratos de empréstimos. Estar bem informado pode fazer a diferença na hora de tomar decisões sobre o uso do crédito consignado no futuro.

