O saque-aniversário do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) está sob ameaça de extinção. Segundo informações divulgadas, o governo federal pretende enviar ainda neste ano uma proposta ao Legislativo para acabar com esta modalidade. Essa medida faz parte de um pacote que inclui mudanças nas regras do empréstimo consignado com desconto em folha no setor privado. A proposta visa também permitir o uso da multa rescisória de 40% como garantia para o empréstimo consignado. O governo acredita que, com mais garantias e uma contratação facilitada, essa modalidade substituirá a linha de crédito atual oferecida pelos bancos, que antecipa o saque-aniversário do FGTS. Continue a leitura e saiba mais.
O que é o saque-aniversário do FGTS?
Desde 2020, o saque-aniversário permite que trabalhadores retirem parte do saldo de suas contas do FGTS anualmente, no mês de seu aniversário. Para aderir a esta modalidade, é necessário abrir mão do saque total do fundo em caso de demissão sem justa causa, permanecendo apenas com a multa de 40% paga pelo empregador.
No entanto, a modalidade tem sofrido críticas. O principal argumento é que ela fragiliza a segurança financeira dos trabalhadores em situações imprevistas, já que o fundo é uma proteção de longo prazo para cenários de demissão.
Como as novas regras de empréstimo consignado impactam os trabalhadores?

O governo propõe que trabalhadores do setor privado possam comprometer até 35% de sua remuneração bruta mensal em empréstimos consignados. Isso inclui não apenas o salário base, mas também benefícios, abonos e comissões. A expectativa é que essas novas regras entrem em vigor no primeiro semestre do próximo ano.
- Mais garantias: O uso da multa rescisória de 40% como garantia.
- Maior margem de comprometimento: Até 35% da remuneração.
- Disponibilidade: Implementação no primeiro semestre de 2025.
De acordo com Luiz Marinho, Ministro do Trabalho e Emprego, há preocupação de que a extinção do saque-aniversário possa elevar os juros do crédito consignado oferecido atualmente.
Fim do saque-aniversário: Um risco ou uma solução?
Enquanto o governo aposta em uma modernização do acesso ao crédito, alguns economistas e especialistas financeiros questionam o impacto dessa mudança na vida dos trabalhadores. O fim do saque-aniversário pode ser uma faca de dois gumes, oferecendo uma linha de crédito mais segura, mas retirando uma opção de liquidez que muitos trabalhadores utilizam em situações emergenciais.
Por outro lado, para aqueles que não utilizam o saque-aniversário, a mudança pode significar um aumento na capacidade de comprometimento de renda, possibilitando empréstimos com melhores condições e juros reduzidos em comparação às práticas de crédito atual.
Qual é o caminho para a proposta do governo?
Para que as mudanças propostas pelo governo entrem em vigor, o projeto precisará ser aprovado pelo Legislativo. Isso envolve discussão, possíveis alterações e voto. Se aprovado, a expectativa é que a nova política de crédito comece a funcionar no início do próximo ano, mudando significativamente o cenário financeiro para muitos trabalhadores brasileiros.
O debate promete ser intenso, com impactos significativos na economia e na vida dos trabalhadores. As próximas semanas serão decisivas para o futuro do modelo de acesso ao FGTS e aos empréstimos consignados. Até lá, o governo espera que suas sugestões atraiam apoio suficiente para passar no Congresso.