Em uma decisão unânime, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por manter a taxa básica de juros, a Selic, inalterada em 10,50% ao ano. Esta decisão inclui também os votos dos diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.
Nos últimos meses, Lula tem feito apelos vigorosos ao Banco Central para que os juros caiam, chegando a criticar a instituição em várias ocasiões. No entanto, o Banco Central sustenta que o atual cenário das contas públicas pode pressionar a inflação caso a Selic seja reduzida.
Razões Apresentadas pelo Copom para Manter a Selic Inalterada

Recentemente, o Copom divulgou as razões para manter a taxa de juros em 10,50% ao ano. Entre os principais fatores citados estão as contas públicas e o risco de aumento na inflação. O governo de Lula tem como meta alcançar déficit zero até o final de 2024 e também em 2025, mas o mercado financeiro está receoso quanto à viabilidade desses objetivos.
Por Que a Selic Não Caiu?
A decisão do Copom de manter a Selic estável reflete a necessidade de uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida pública. Segundo o comitê, essa postura contribui para a ancoragem das expectativas de inflação e reduz os prêmios de risco dos ativos financeiros, influenciando diretamente a política monetária.
Copom e a Expectativa de Mercado
O mercado financeiro segue com a expectativa de que a taxa básica de juros continue em 10,50% ao ano até o final de 2024. Essa previsão está consolidada no relatório “Focus”, divulgado nesta segunda-feira (29) pelo Banco Central. A pesquisa inclui mais de 100 instituições financeiras que colaboram para essa estimativa.
Mesmo após sete reduções consecutivas desde agosto do ano passado, o mercado não espera mais cortes na Selic até o final deste ano. Economistas ressaltam que a autoridade monetária vai se manter vigilante e que “eventuais ajustes futuros” na taxa de juros serão orientados pela necessidade de convergência da inflação à meta.
Próximas Reuniões do Copom
O Copom tem agendadas três reuniões até o final de 2024 para avaliar o patamar da Selic. As datas são:
- 17 e 18 de setembro
- 5 e 6 de novembro
- 10 e 11 de dezembro
Durante esses encontros, o Comitê vai avaliar novamente o cenário econômico e decidir sobre possíveis ajustes na Selic, sempre com o compromisso de manter a inflação sob controle.
Assim, a manutenção da Selic em 10,50% ao ano demonstra a cautela do Banco Central em um contexto de incerteza econômica, nacional e internacional. A expectativa é que a política monetária continue contracionista até que a inflação esteja firmemente sob controle.