No cenário pré-Olímpico, quando estamos a apenas uma semana da cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, o foco não se restringe apenas às competições esportivas. O uniforme preparado para os atletas brasileiros nesta edição, desenvolvido pela Riachuelo, tem gerado intensos debates nas redes sociais. Segundo usuários do X (antigo Twitter), o design apresentado seria ‘demasiadamente simples e conservador’. A discussão levantou questionamentos sobre adequação e representatividade.
As peças, que buscam explorar a rica biodiversidade brasileira através de suas cores e tecidos, foram especialmente projetadas com o intuito de evocar o espírito nacional. No entanto, a escolha por uma estética considerada básica e a inclusão de elementos como a saia midi e a jaqueta jeans, típicos da moda casual, têm conduzido a opiniões divididas entre os espectadores e especialistas da moda brasileira.
O que dizem os especialistas sobre os novos uniformes olímpicos?

Ana Vaz, consultora de imagem, expressou preocupação com a ligação entre os elementos tradicionais brasileiros e os uniformes. Segundo ela, “A jaqueta jeans não reflete nossa história cultural profundamente rica, e uma camiseta que remete à estampa Breton, ícone da França, parece fora de contexto em uma ocasião onde deveríamos celebrar a identidade brasileira.”
Qual é a verdadeira inspiração por trás dos uniformes?
A Riachuelo defende que os uniformes foram concebidos com o propósito de exaltar a fauna e a flora nacional. As cores vibrantes, verde, amarelo e azul, são claramente inspiradas na bandeira brasileira. Além disso, as jaquetas foram bordadas à mão por artesãs de Timbaúba dos Batistas, uma valorização do artesanato local do semiárido do Rio Grande do Norte.
Repercussão e opiniões divididas nas redes sociais
O diálogo nas redes sociais sugere uma desconexão entre o público e a proposta da Riachuelo. Enquanto alguns defendem a simplicidade e o conforto dos trajes, outros esperavam algo que transmitisse mais luxo e pompa, características frequentemente associadas a um evento de grandeza olímpica. Essa divisão de opiniões destaca uma questão importante: o equilíbrio entre as expectativas comerciais e o desejo de representar uma nação em um palco global.
Cláudia Vicentini, doutora em Têxtil e Moda, comenta que, embora os trajes carreguem significados importantes para nossa cultura, talvez faltem elementos que os façam brilhar aos olhos do público mundial. “Os detalhes artesanais são fundamentais, mas não visíveis a uma primeira vista, o que pode levar a um desapontamento quanto à apresentação estética do uniforme”, conclui.
- O design – Deve refletir tanto a competência esportiva quanto a identidade nacional.
- Expectativa x Realidade – A necessidade de equilibrar o apelo comercial com a representação cultural autêntica.
- Elementos culturais – Importância de incorporar visivelmente as riquezas artesanais do Brasil.
Diante das críticas e dos elogios, a expectativa é que os uniformes, uma vez em uso durante os jogos, possam finalmente ser avaliados não apenas por seu estilo, mas também como porta-vozes de uma nação vibrante que é o Brasil. Resta aguardar a cerimônia de abertura para vermos como esses trajes serão, de fato, recebidos pelo público global e pelos próprios atletas. Talvez, na prática, eles consigam encantar e representar adequadamente o país no grandioso palco olímpico de Paris 2024.