A reforma tributária, sempre um tópico quente no cenário político brasileiro, ganhou novos contornos com a recente declaração do Ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Durante um evento na ESPM, em São Paulo, ele revelou planos para incluir o setor de armas no Imposto Seletivo, também conhecido como “imposto do pecado”, uma medida que visa desencorajar práticas consideradas prejudiciais à saúde e ao meio ambiente.
Este movimento não só reforça a posição do governo sobre controle e regulamentação, mas também indica uma possível expansão do escopo deste imposto para setores criticamente debatidos como o de armas. A decisão é parte de uma série de debates que o Ministro destacou como cruciais durante a tramitação da reforma pelo Senado.

Além de carne bovina, outros itens também podem apresentar aumento nos preços – Reprodução Internet
Por que incluir armas no “imposto do pecado”?
O “imposto do pecado” é uma estratégia fiscal que busca, por meio da taxação, reduzir o consumo de produtos que possam causar danos à sociedade ou ao meio ambiente. Incluir as armas nessa categoria, segundo Haddad, é um passo importante para lidar com as questões de segurança pública de uma maneira mais abrangente e fiscalmente responsável.
O que mais está sendo discutido na reforma tributária?
Além das armas, outros temas estão sob a lupa dos senadores, incluindo a possível inclusão de alimentos ultraprocessados no mesmo imposto. “Temos um semestre para fazer essa discussão de maneira tranquila”, afirmou Haddad, ressaltando o período que será dedicado a debates e análises críticas das propostas.
Outro ponto controverso mencionado pelo ministro foi a votação recente que incluiu a carne na cesta básica nacional, isentando-a de impostos. Haddad expressou descontentamento com essa decisão, argumentando que um modelo de cashback poderia ser uma solução mais justa, beneficiando diretamente os inscritos no Cadastro Único, em vez de favorecer indiscriminadamente todas as faixas de renda.
Qual é a situação do Banco Central no contexto atual?
Mudando de foco para as finanças do país, o Ministro da Fazenda também abordou a posição do governo sobre a autonomia do Banco Central. Debates intensos têm circundado o assunto, especialmente após críticas pontuais do presidente Lula ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Para Haddad, é essencial que o Banco Central tenha autonomia financeira, mas não completa independência, a fim de permitir investimentos em tecnologia e qualificação de seus funcionários, permitindo assim uma interlocução mais eficaz com o setor regulado.
Enquanto a reforma tributária continua a ser um tema quente e dividido, os próximos meses serão cruciais para determinar os contornos finais dessa importante questão fiscal no Brasil. As discussões, especialmente com a inclusão de novos produtos no Imposto Seletivo, prometem reacender debates sobre justiça fiscal e eficácia governamental no controle de práticas prejudiciais.