Em uma sessão recente marcada para uma decisão importante, o Supremo Tribunal Federal (STF) analisa a obrigatoriedade dos bares e restaurantes do estado do Rio de Janeiro em oferecer água potável filtrada gratuitamente aos seus clientes. Este debate vem após um recurso apresentado pela Associação Nacional de Restaurantes (ANR) que questiona a constitucionalidade dessa exigência.
A legislação vigente, identificada pelo código Lei 2.424/95, não apenas determina a distribuição de água sem custo, mas também obriga os estabelecimentos a informarem os consumidores sobre essa gratuidade por meio de cartazes visíveis. A falta de cumprimento pode acarretar penalidades severas, baseadas no Código de Defesa do Consumidor.

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Por que água gratuita em restaurantes é um tema constitucional?
Defensores da lei argumentam que o acesso à água potável é um direito fundamental para a saúde e bem-estar dos cidadãos, e que estabelecimentos de alimentação desempenham um papel crucial em assegurar esse direito básico. Em contraposição, críticos da norma alegam que tal obrigação impõe uma carga excessiva aos comerciantes e interfere na livre iniciativa e gestão empresarial.
O que dizem os ministros do STF?
Até partir para o recesso, dois ministros já haviam dado seus votos. Dias Toffoli, o relator do caso, apoiou a manutenção da lei, refutando o argumento de que ela interfere negativamente na livre iniciativa. Em suas palavras, ele destacou a importância do acesso à água como um recurso essencial ligado “à dignidade e à subsistência humanas.” Da mesma forma, o ministro Alexandre de Moraes se mostrou favorável à legislação fluminense.
Quais são os próximos passos no julgamento?
O julgamento que teve início na madrugada de hoje continuará até o próximo dia 6 de agosto, após o recesso dos ministros. A expectativa é que os demais membros do STF proporcionem seus pontos de vista, culminando em uma decisão que possivelmente moldará a maneira como leis semelhantes serão tratadas em todo o país.
A decisão final do STF não apenas resolverá uma disputa legal significativa, mas também influenciará diretamente a operacionalização dos estabelecimentos gastronômicos, além de refletir sobre o entendimento de direitos básicos dos consumidores em território brasileiro.