Quem sofre com dores lombares pode encontrar alívio em uma prática simples e acessível: a caminhada. Um estudo recente realizado na Austrália revelou que caminhar regularmente pode reduzir significativamente os dias de dor. Esse exercício de baixo impacto, que não exige equipamentos sofisticados nem supervisão especializada, mostrou-se uma ferramenta valiosa na melhoria da qualidade de vida de pessoas com esse problema comum de saúde.
Publicado na conceituada revista The Lancet, o estudo aponta que pacientes que incluíram caminhadas em suas rotinas semanais relataram o dobro de dias livres de dor em comparação aos que não adotaram essa prática. Este é o primeiro grande ensaio clínico que solidifica a relação entre caminhar e a redução da dor lombar, trazendo uma abordagem eficaz e economicamente viável para o tratamento dessa condição tão prevalente globalmente.
Por que caminhar ajuda na redução da dor na lombar?

Os autores do estudo, da Universidade Macquarie e da Universidade de Sydney, indicam que a caminhada, além de simples, é uma estratégia de tratamento menos custosa e mais acessível comparada às outras formas mais complexas e supervisionadas de exercício fisioterápico. Dessa forma, isso torna-a ideal para implementação em larga escala, especialmente em contextos onde o acesso a tratamentos especializados é mais restrito.
Como foi realizada a pesquisa sobre caminhada e dor lombar?
O estudo envolveu 701 adultos que recentemente sofreram de dor na lombar. Divididos aleatoriamente em dois grupos, um grupo participou de sessões de caminhada enquanto o outro serviu como controle. Estes indivíduos foram acompanhados por um período de até três anos, tempo durante o qual os pesquisadores avaliaram a frequência e intensidade da dor que experienciavam.
Quais foram os resultados surpreendentes?
Segundo os resultados, os participantes do grupo de caminhada registraram significativamente menos dias com dor e um período médio mais prolongado antes de uma recorrência da dor. Estes dados revelam que a caminhada não só é eficaz, como também sustenta seus benefícios ao longo do tempo, evidenciando uma redução pela metade no tempo de afastamento do trabalho e na necessidade de procurar tratamento médico.
O professor Mark Hancock, um dos autores do estudo, enfatizou que não é necessário caminhar longas distâncias diariamente para observar benefícios. Começar com caminhadas curtas e aumentar gradualmente a distância e a intensidade à medida que a condição física melhora pode ser o suficiente para ver resultados significativos.
Além de favorecer a coluna vertebral, a caminhada também promove melhorias na saúde cardiovascular, na densidade óssea, na gestão do peso e na saúde mental. Portanto, é uma ferramenta poderosa e multifacetada para o bem-estar geral.
Portanto, diante dessa evidência, torna-se cada vez mais claro que adicionar uma caminhada ao dia pode fazer mais do que apenas melhorar a aptidão física; pode ser uma chave para a solução de um problema de saúde global, oferecendo uma estratégia de baixo custo e alta eficácia para combater as dolorosas questões lombares que afetam milhões de pessoas ao redor do mundo.