Atualmente, o mercado de crédito imobiliário brasileiro vem enfrentando uma série de desafios importantes. Com a elevação da Taxa Selic para 10,5% ao ano, investimentos mais conservadores têm se mostrado mais atraentes do que a tradicional caderneta de poupança, afetando diretamente a principal fonte de financiamento para a compra de imóveis no país.
A redução nos depósitos da caderneta de poupança, que começaram a declinar significativamente desde 2021, representa um problema crítico para o setor. A caderneta, que já respondeu por quase metade do financiamento imobiliário, hoje corresponde a apenas 34% dos recursos. Essa mudança obriga os bancos a buscarem alternativas para que não faltem recursos para quem deseja adquirir uma casa própria.

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O que o futuro reserva para o financiamento imobiliário?
No contexto atual, onde os recursos tradicionais estão se esgotando, o mercado necessita de soluções inovadoras para não estagnar. A Caixa Econômica Federal, líder no segmento de crédito habitacional com 68% do mercado, alerta para os desafios que 2025 poderá trazer se novas fontes de financiamento não forem desenvolvidas.
Alternativas para a Redução da Dependência da Poupança
Diante desse panorama, os bancos começaram a olhar para outros instrumentos capazes de financiar o setor. O mercado de títulos, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), que já representa 40% do financiamento do setor, surge como uma das principais alternativas. No entanto, tais recursos são tipicamente mais caros, elevando, consequentemente, as taxas de juros para os consumidores finais.
Políticas Governamentais e a Segurança do Mercado Imobiliário
O governo, em paralelo às movimentações de mercado, tem buscado atuar por meio de mudanças na legislação e incentivos específicos. Uma das medidas recentemente adotadas foi a edição de uma medida provisória que permite à Emgea atuar como securitizadora, promovendo maior liquidez ao mercado imobiliário. A ação visa facilitar o processo de crédito e, potencialmente, reduzir os custos para o consumidor final.
Por outro lado, especialistas como Marcos Lisboa alertam para a necessidade de enfrentar também a insegurança jurídica e a ineficiência na execução de garantias no Brasil, pontos que ainda aumentam o custo do crédito e impactam diretamente o consumidor.
Em suma, enquanto 2024 mostra que a situação está controlada, os desafios permanecem para os próximos anos, exigindo das entidades bancárias e do governo medidas eficazmente estruturais para garantir a sustentabilidade do crédito imobiliário no Brasil.

