Os funcionário públicos vinculados ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) representados pelo SINSSP (Sindicato dos Trabalhadores do Seguro Social e Previdência Social no Estado de São Paulo), deram início na última terça-feira (18), “operação apagão” por reajuste salarial de 33% até 2026 e valorização da carreira de técnico do seguro social.
Assim, todas as terças e quintas de junho, os funcionários irão reduzir em 20% a produção, em um movimento que ficou conhecido com sindicato de “Reestruturação com Excelência”. O objetivo da greve é pressionar o MGI (Ministério da Gestão e Inovação em Serviços Públicos) a realizar uma nova proposta à categoria. Caso as negociações não avancem, poderá haver greve! Confira maiores detalhes a seguir!
Greve no INSS
A greve dos servidores do INSS pode atingir tanto quem trabalha de forma presencial, nas APSs (Agências da Previdência Social), quanto os que estão em home office.
Segundo Pedro Totti, presidente do SINSSP, a operação não deve causar danos direto ao atendimento presencial nas agências do INSS, porém, pode levar a mais atrasos nas concessões de benefícios previdenciários e assistenciais, como é o caso do BPC (Benefício de Prestação Continuada).

O presidente do SINSSP ainda afirma que os atendimentos presenciais e perícias marcadas seguem normalmente —peritos médicos da Previdência não fazem parte do movimento—, no entanto, a orientação é para que os servidores não façam hora extra nos dias específicos, ou mesmo realizem trabalhos adicionais no home office, deixando de cumprir metas de produtividade bem como as ligadas ao programa de enfrentamento à fila.
As críticas dos servidores são referentes à falta de reajuste neste ano. Segundo Totti, reajuste zero não é uma oferta válida aos profissionais, porém, o que está acontecendo é que o governo, por meio do MGI, se recusa até mesmo a renegociar a valorização da categoria.
De acordo com o sindicato, o MGI ofereceu um reajuste de 9% em 2025 e 3,5% em 2026, o que não foi aceito. Assim, hoje autarquia conta com 18 mil funcionários, dos quais 14 mil são técnicos do seguro social, diz a entidade.
“Estamos em situação igual aos outros, de reajuste zero neste ano. E mesmo o que não depende de pauta orçamentária o governo tem negado a nós. A categoria está disposta a fazer enfrentamento como tem feito a educação.”
Intenções dos servidores
Os servidores buscam um reconhecimento da carreira de técnico do seguro social, como uma carreira de estado, essencial para o funcionamento da máquina pública, no entanto, esse não é o mesmo entendimento que o do MGI, que caminha para qualificar esses servidores como de apoio.
Além disso, outro fator que causa receio entre esses funcionário, é o avanço do uso de IA (Inteligência Artificial) nas análises do INSS.
Segundo Totti, a maior parte dos benefícios negados por meio da IA são reavaliados pelos técnicos, e os problemas se dão por falhas como erro no cadastro do CPF ou de informações da carteira de trabalho, por exemplo, o que só pode ser evitado com análise humana.
Assim, a esperança da categoria, é que, com isso, as exigências para contratação de técnicos mudem e passem a requerer ensino superior em vez de ensino médio. “Nos próximos concursos, queremos que a exigência dos técnicos seja ter nível superior. São mais de 12 benefícios previdenciários, todos calcados em legislação”, diz.