Estudos recentes na Universidade de Gotemburgo trouxeram à luz um tema de grande relevância no campo da odontologia pediátrica. O estresse em adolescentes durante procedimentos dentários frequentemente é interpretado como inquietação infantil, mas as investigações sugerem uma perspectiva mais complexa sobre o que realmente acontece nessas situações.
A pesquisa foi concentrada em jovens de 14 a 16 anos, submetidos a tratamentos que variam desde exames rotineiros até procedimentos mais complexos como extrações de molares. O foco do estudo está em compreender melhor como o estresse se manifesta fisicamente nestes pacientes mediante a aplicação de anestesia e outras intervenções invasivas.

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O Monitoramento do Estresse: Por Que é Importante?
Conduzida por Larisa Krekmanova, a pesquisa aponta que muitas vezes os jovens não têm a capacidade de expressar o desconforto e o medo que sentem durante os tratamentos odontológicos. Por isso, a equipe da Academia Sahlgrenska da Universidade de Gotemburgo empregou o uso de dispositivos nas mãos dos pacientes para medir reações físicas, como a transpiração e os movimentos, vinculados às propriedades elétricas da pele.
Como Funciona o Dispositivo de Monitoramento?
O dispositivo meticulosamente desenhado é posicionado nas mãos dos pacientes e ativado durante diversos estágios do tratamento dentário. Os dados coletados revelaram que, mesmo durante procedimentos aparentemente simples como a colocação do espelho na boca, os níveis de estresse começam a escalar, alcançando picos significativos durante a administração da anestesia.
Quais Foram os Resultados Encontrados?
A análise dos dados mostrou diferenças substanciais nos índices de estresse entre os jovens que passaram por exames rotineiros e aqueles submetidos a procedimentos invasivos. Os que enfrentaram tratamentos mais complexos, incluindo injeções anestésicas e extrações, apresentaram períodos prolongados de estresse elevado. A monitorização em tempo real dessas respostas fisiológicas pode fornecer informações cruciais aos dentistas, possibilitando, por exemplo, a introdução de pausas para relaxamento do paciente.
Como as descobertas ainda são consideradas iniciais, muitos especialistas, incluindo Claudia Jaldin, que também participou do estudo, acreditam que essas técnicas podem reformular as práticas padrões em clínicas odontológicas. Integrando equipamentos de monitoramento, podem-se desenvolver métodos menos estressantes e mais confortáveis para os jovens.
Este estudo não apenas destaca a validade das reações dos adolescentes frente a técnicas odontológicas invasivas como também sublinha a importância de um tratamento personalizado e atento às reações emocionais e físicas dos pacientes. A expectativa é que a compreensão aprofundada dos efeitos emotivos e corporais dos tratamentos odontológicos contribua para a evolução contínua da odontopediatria.