Na última quinta-feira, cidades de todos os cantos do Brasil foram palco de intensas manifestações. O foco dos protestos estava voltado para o controverso Projeto de Lei nº 1.904/24, que propõe a equiparação do aborto, realizado após a 22ª semana de gestação, ao crime de homicídio. Tal medida gerou grande controvérsia, culminando em um clamor popular por todo o país.
Os atos foram organizados pela Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres e Pela Legalização do Aborto. Este movimento confirmou que protestos simultâneos ocorreram em pelo menos oito diferentes cidades. Em locais como a Cinelândia, no Rio de Janeiro, grandes multidões se reuniram em frente ao Teatro Municipal demonstrando sua insatisfação e demanda por direitos.

Foto Divulgacao: Antigo X Twitter – Cinelândia RJ
Qual é o Impacto do PL 1904 Para as Mulheres Brasileiras?
No coração das discussões e gritos de protesto, faixas e cartazes clamavam por “a luta de todas as mulheres” e repudiavam veementemente o PL apelidado de “do estupro”. Um dos slogans mais potentes, “Criança não é mãe, quem estupra não é pai”, ecoava por entre os manifestantes, que defendem veementemente o direito ao aborto para vítimas de estupro vulnerável, independente do período de gestação.
Manifestações Pelo Brasil
Além do Rio de Janeiro, outras capitais como São Paulo, Brasília e Florianópolis também presenciaram manifestações significativas. Em São Paulo, o grito de protesto reverberou até o Masp, enquanto em Brasília, a reunião ocorreu no Museu da República. Em Florianópolis, a concentração se deu no Terminal Ticen. Cada local, marcado por forte presença de ativistas e simpatizantes da causa, evidenciou a magnitude da resistência ao projeto de lei.
Resposta das Autoridades e Futuras Mobilizações
Do ponto de vista político, a situação é igualmente tensa. Na véspera dos atos, a Câmara dos Deputados, sob a presidência de Arthur Lira, aprovou o requerimento de urgência para a tramitação do PL 1904. O político, objeto de protesto em várias cidades, ainda não fez declarações sobre os atos. Por outro lado, a Frente Nacional Contra a Criminalização das Mulheres anunciou que novas mobilizações estão programadas em estados como Rio Grande do Sul, Paraíba e Espírito Santo até o final de semana.
Enquanto as manifestações prosseguem e a discussão se acirra, o Brasil permanece dividido. A definição do futuro deste projeto de lei será determinante para o desenho dos direitos reprodutivos e autonomia das mulheres no país. A sociedade vigilante, através de seus atos e voz, desempenha um papel crítico na moldura das políticas que afetam diretamente suas vidas, em busca de respectivamente moldar um futuro mais justo e equitativo.